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7.2.05

Os Erros do Simplismo 

Creio que João Miranda do blasfémias até tem cultura científica, parece-me até que está ligado à investigação científica. Como tal é espantoso que, na sua ânsia de escrever um post breve, uma espécie de apotegma lapidar consiga ser tão impreciso, tão vago, e tão errado, vejamos:

7.2.05
O Ambientalista Liberal I

O ambiente é considerado uma causa de esquerda.

Repare-se no "Considerado", pergunto eu: Por quem? Em que circunstâncias? Se for pela esquerda talvez! Vejamos o meu exemplo: não sou de esquerda e defendo o ambiente, serei, sem o saber, um esquerdista encapotado?

Os ambientalistas atribuem ao capitalismo a origem de todos os males ambientais.

Quais ambientalistas? Qual capitalismo? Não é explicado. O padre da minha paróquia (fora de Lisboa) é ambientalista, leva as crianças ao campo, ensina-lhes as belezas que Deus colocou na terra, e como devem ser conservadas e recuperadas. Tem organizado sessões de limpeza nas matas. Queixa-se nas homilias da destruição que a poluição, produz. Condena as liberais explorações de suinos, que na ânsia do lucro fácil, destroem o ambiente. Não creio que seja comunista, socialista ou do bloco de esquerda. Defende a propriedade privada e livre iniciativa, com ética. Será um perigoso ambientalista comunista sem o saber?
O socialismo, seja lá o que isso é, foi responsável por uma destruição imensa da floresta do Centro da Europa. Por exemplo na Morávia com as chuvas ácidas, é ver as encostas de Praded expostas ao ventos que vêm da Silésia polaca...

O capitalismo é visto como uma força predadora da natureza porque o capitalista destrói o meio ambiente para obter lucro. O ambiente é considerado incompatível com o lucro e mesmo a única forma de se se chegar ao lucro.

O problema não é o capitalismo, nem o lucro, o problema é o capitalista liberal, o capitalista selvagem. Misturando tudo, sem dar definições apropriadas a cada situação consegue-se escrever um disparate em três tempos onde as ausências de postulado e de cadeia de raciocínio pontificam. Sem um "modus ponen", o silogismo toma conta do texto, um nevoeiro peganhento que contamina todo o texto. Sem proposições bem definidas, sem conclusões lógicas dignas desse nome.

Para o ambientalista típico,

O que é o ambientalista típico? Será que refere à média dos ambientalistas? À Quercus? A organizações portuguesas? A internacionais? Quais os pensadores ambientalistas que cita? Não cita, e mesmo que citasse? Seriam típicos? A única coisa típica é o texto descoordenado e vago de Miranda.

as empresas são inimigas do ambiente e por isso as actividades empresariais devem ser limitadas por leis e regulamentos. O ambiente deve estar acima da economia, diz-se.

Quem o diz? Os tais típicos? Ou os suinicultores? O padre ambientalista da minha paróquia? Fica no ar... Eu, que não sou de esquerda, concordo com a regulação dentro do sistema de mercado e livre iniciativa no investimento. O João Miranda vive num país de suinicultores e ainda não deu por isso. Está fechado onde? Na Universidade?

Os ambientalistas mais extremos dizem mesmo que o Homo Sapiens é uma espécie infestante que está a destruir o planeta. Daí às críticas ao consumo, e à defesa de políticas de controlo de natalidade e da pobreza como modo de vida é um pequeno passo.

O que é um ambientalista extremo? Será um louco? E um "mais extremo"? Haverá um extremo e um "mais" extremo? Falaremos de extremos relativos e absolutos? Não se percebe. Porquê associar um ambientalista mais extremo ao discurso anterior de Miranda. Para dar a ideia que são todos assim? O último impacto do texto? Ficamos a saber que S. Francisco, se adoptarmos os raciocínios silogisticos de Miranda, seria provavelmente um ambientalista dos mais extremos: visto que era um homem perigoso que defendia a pobreza como modo de vida! Um espécie de esquerdista radical extremo absoluto de comunista e ambientalista misturado. Um diabo este S. Francisco, até falava aos animais!

E o Miranda promete continuar:

(continua)


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