<$BlogRSDUrl$>

22.2.05

O paradoxo 

É muito curioso analisar alguns resultados eleitoral. Vejamos o que se passa com os votos apurados, sem os círculos da emigração:


Eleitores: 8750029 (dados do Stape)
8750026 (dados da CNE)
Abstenção: 3073201
Votos nulos: 63765
Votos brancos: 103555
PS: 2573311
PSD: 1639020
CDU: 432130
CDS: 418813
BE: 364296


Percentagem de abstencão face a eleitores: 35.12%.
Percentagem de brancos e nulos face a votantes: 2,95%.


Percentagens do PS face aos votantes e face aos inscritos: 45,3% e 29,4%.
Percentagens do PSD face aos votantes e face aos inscritos: 28,9% e 18,7%.
Percentagens da CDU face aos votantes e face aos inscritos: 7,61% e 4,94%.
Percentagens do CDS face aos votantes e face aos inscritos: 7,03% e 4,74%.
Percentagens do BE face aos votantes e face aos inscritos: 6,62% e 4,16%.

Os números que devem ser comparados são: abstenção 35,12% e os 29,4% do PS.

O paradoxo é que um partido com menos de 30% de confiança do eleitorado português tem maioria absoluta. Ou seja, o governo terá sempre uma margem de descontentes, e de não votantes à partida, do que a sua base de apoio eleitoral.
É um facto notável do sistema português, e de muitos outros, a reserva de descontentes, abúlicos, cépticos que se recusam a participar mas não se coibem de criticar abertamente os partidos e o sistema. Sem participar.
Por isso não é estranho em conversas encontrar muito mais gente que diga: "eu não votei neles" do que gente a dizer "eu votei e fui enganado", ou "eu votei e estou satisfeito". Quaquer partido, neste sistema, terá sempre pela frente, na legislatura, muito mais gente descontente e desconfiada do que apoiantes convictos. Um tema que se repete em cada acto eleitoral e que revela um verdadeiro défice democrático. Esse é o verdadeiro défice que urge combater, de que forma?...

Arquivos

This page is powered by Blogger. Isn't yours?