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4.2.05

Crítica a Pollini no D.N. 

Leio no Diário de Notícias a crítica de Bernardo Mariano ao concerto de Pollini já aqui falado. Segundo diz: Pollini perde e reencontra Chopin, como não disponho da versão on-line socorro-me das expressões retiradas do artigo:
"A primeira parte do recital foi um tanto ou quanto decepcionante" ... "Pollini despertara uma certa perplexidade pelas suas interpretações dos nocturnos op. 15 e op. 48 denotando pouco à-vontade e uma paleta difusa (ou rígida) de recursos para transpor aqueles ambientes pianisticos." "uma leitura [da balada no 3] um pouco aos repelões que prejudicou a clareza do seu discurso"...

Quem fala assim não é gago, o "malandro" do Pollini leva tareia do valente do Bernardo Mariano! E dou valor ao uso da "perplexidade" palavra em moda na crítica portuguesa!

Embora discorde da apreciação demasiado rigorosa sobre os nocturnos, acabo por ter uma visão parecida mas com a ressalva da qualidade enorme do recital do italiano...
Só estava à espera que quem escreve assim sobre Maurizio Pollini tivesse a mesma bitola, e coragem, para criticar o concerto de S. Roque com obras de Handel em que, segundo Mariano, "Handel chegou tarde".

É como um árbitro da terceira categoria que depois de não mostrar sequer o cartão amarelo aos pontapés nas canelas dados pela equipa do bairro venha a mostrar a cartolina encarnada a uma escorregadela de um jogador campeão do mundo...


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