12.12.04
A propósito das harpas e Wagner
A Harpa moderna com pedais e dupla acção deve-se a Erard (1811), na imagem um modelo de 1818, célebre também pelos seus pianos, hoje em dia as Harpas da orquestra seguem as linhas que Erard traçou em 1811 numa das suas mais importantes patentes para o desenvolvimento da música que um único construtor realizou, num instrumento com milhares de anos. Wagner conhecia certamente a harpa Erard, em 1858 visitou Paris e conheceu a viuva de Erard e tomou contacto com os instrumentos Erard. Classificou o piano desta casa como muito belo. Transcrevo cartas de Wagner sobre o assunto (o piano de cauda), no final citam-se as fontes.
Pode-se ver um detalhe de uma harpa de 1817 e a harpa completa nas imagens seguintes, repare-se na estrutura fortíssima da harpa de Erard, capaz de suportar tensões elevadíssimas. Os cálculos da potência radiante de uma harpa destas são fáceis de calcular, uma vez que a dimensão das cordas e a afinação não mudaram desde 1811. A variação no material das cordas corresponde, pelos meus cálculos, a um ganho de apenas 10% a 15% de potência sonora! Mas terei de consultar tratados que estudem o assunto para ter uma opinião mais fundamentada. Ou seja, se Wagner usou seis harpas, ou mesmo sete, e se gritava durante os ensaios que não se ouviam e incentivava os músicos para que tocassem mais forte, ficaria certamente satisfeito com os 10% a 15% a mais de energia obtida na produção sonora, mas não prescindiria certamente do efeito das mesmas seis harpas. Porque razão Wagner pede apenas duas harpas no Parsifal, obra posterior para o mesmo fosso de Bayreuth, com as harpas da mesma construção de que dispunha para a Tetralogia? Porque a ideia musical das duas obras foi diferente, porque o uso das seis harpas é necessário na sua concepção sonora do ciclo do Nibelungo. A única resposta possível.
Repare-se que a potência global da orquestra também aumentou em proporção. Em 1865 ainda se usavam (e continuaram a usar-se) cordas de tripa nos instrumentos de corda. O material dos metais e dos instrumentos de madeira também melhorou. A percussão também. Quem conhece um instrumento de sopro de 1870 e um de hoje percebe a diferença imediatamente. Creio que as seis harpas se justificam plenamente. No final do primeiro acto da Walküre as duas anémicas harpas que estiveram no Coliseu, com Thielemann, e no CCB, com Peskó, não se conseguiram ouvir junto dos metais, madeiras e cordas em plena força, um total desequilíbrio sonoro. Wagner apenas coloca duas linhas nas harpas, harpa I,II, e III (juntas )e harpa IV, V e VI (também juntas). Foram usadas sempre as duas harpas quando a partitura pede apenas uma linha sonora, as harpas neste caso dobravam a primeira linha. Se bastasse uma harpa para assegurar cada linha, a segunda harpa poderia calar-se nesses pontos sem prejuízo do volume sonoro. Porquê duas harpas a tocar o papel da primeira harpa? Repare-se que também existe apenas uma linha para os 16 primeiros violinos e os 16 segundos violinos (aqui estiveram menos 2 do que o indicado na partitura, o que também é grave), por esta ordem de ideias quando se inventasse um violino (quiçá amplificado) se dispensassem os violinos todos e passasse a tocar apenas um por linha, juntando-se o segundo ao primeiro quando a respectiva parte tivesse compassos de espera! Um absurdo? Claro que sim, como é um absurdo tocar com menos de seis harpas!
É evidente que é caro, ter seis harpas para se fazerem ouvir em cerca de cem compassos, se tanto, mas está escrito na partitura e ou se faz como Wagner pediu, ou se apresenta uma espécie de obra adocicada sem respeitar a ideia do compositor com argumentos que servem apenas para mascarar a incapacidade financeira para apresentar a obra na sua plenitude.
Porque imaginar que se pode tocar o final do primeiro acto com duas harpas apenas, e em partes separadas, e estas se conseguem ouvir, porque hoje terão mais som que as harpas do tempo de Wagner, é incorrer num erro musical e musicológico.
Se se deitar uma olhadela à entrada das seis harpas percebe-se o que se quer dizer, no segundo compasso da imagem encontramos: 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, 3 clarinetes em sib, um clarinete baixo em sib, 3 fagotes, 4 trompas, 1 trompete, 3 trombones e 1 trombone contrabaixo, tímbales, 6 harpas em harpejos, 16 primeiros violinos, 16 segundos violinos 12 violas, 12 violoncelos, 8 contrabaixos, tudo em fortíssimo! O motivo mais importante é o das harpas, os harpejos dão a textura essencial deste momento mágico em que Sigmund canta "Herz", Coração, num sol rutilante de força e de sofrimento. A grande porta abre-se, escreve Wagner pouco acima. Mais à frente, a estes instrumentos, juntam-se mais dois trompetes e o trompete baixo. Este ponto é o momento mágico em que tudo se descobre, o amor se torna claro, o poder se torna claro, a natureza entra pelo palco adentro e invade o teatro, o espectador maravilhado, deslumbrado, esmagado. Um ponto de viragem absoluto dentro da ópera e no drama. Seis harpas! Inusitado? Megalómano? Talvez, mas também único. Revelador, deslumbrante, simbólico, dramatismo em todo o seu esplendor! Motivado e profundo.
Alguém acredita que duas harpas podem dar a força deste momento? Alguém acredita que Wagner exige aqui menos do que as seis harpas, intelectualmente, musicalmente, teatralmente não há qualquer razão filosófica para utilizar um menor número. Apenas economia barata e desrespeito pelo compositor. Thielemann falhou, o S. Carlos falhou, neste ponto. Rotundamente. A economia não justifica o desrespeito. A má tradição não justifica uma rotina errada.
As cartas de Wagner não acrescentam muito à questão das seis harpas na Tetralogia, basta a partitura aliás, mas é leitura muito interessante e mostra que Wagner conhecia a harpa moderna, uma vez que a casa Erard ganhava mais dinheiro com as harpas do que com os pianos, havendo muitas harpas nos seus salões e sabe-se como Wagner era curioso relativamente a instrumentos. Mas o assunto até é pacífico, porque todas as orquestras dispunham de harpas modernas, com pedais de dupla acção e estrutura reforçada antes de 1850. Noto também que a crítica espanhola criticou Thielemann por faltarem mais quatro harpas em palco na Walküre de Wagner (Novembro em Madrid) onde actuou apenas com duas.
Transcrevo as cartas de Wagner por serem muito interessantes e uma curiosidade para quem se interessa por estas questões. O piano de Wagner...
Richard Wagner an Julie Ritter
Zürich, 11. Mai 1858
O, Sie liebe teure Freundin! – Dass ich wieder Ihre Handschrift sah, hat mich innig erquickt; es konnte mir kein lieberes und schöneres Geschenk gemacht werden, als diese gesegneten Zeilen von Ihnen. Sie können nicht ahnen, welche Leiden ich wieder durchlebt habe, – wie traurig, trotz des lachenden Frühlings, alles um mich herum aussieht; und ich will Ihr liebes, teilnehmendes Herz auch nicht damit quälen, dass ich Sie in diese Trostlosigkeiten blicken lasse! – Genug, dass ich Ihnen sage, wie auch meine Frau endlich in einen höchst qualvollen Gesundheitszustand geraten ist; durch falsche Behandlung Ihres Arztes, gegen das ich immer und je vergebens warnte, hat sich ein seit Jahren oft bei ihr wiederkehrendes Leiden schliesslich zu einer Herzkrankheit ausgebildet, die für sie diesen Winter einen so peinigenden Charakter annahm, dass sie endlich jetzt Häuschen und Garten aufgab und eine gründliche Kur angetreten hat. Seit vier Wochen ist sie bei Dr. Erismann in Brestenberg*), dessen Bekanntschaft ja auch Frau Julie im Geleite ihres Mannes machte. Bei dem guten Erfolge, den ich dem Dr. Vaillant bei Genf verdanke, und der mich nun schon seit zwei Jahren von jeder anderweitigen ärztlichen Behandlung emanzipiert hat, suchte ich meine Frau ebenfalls für eine Kur unter der Leitung dieses vortrefflichen Arztes zu bestimmen; da uns jedoch ein Freund den Dr. Erismann besonders auch empfehlen konnte, zog sie die Nähe von Zürich vor, und nach dem bisherigen Erfolge, der bei so schrecklich ausgebildeten Nervenleiden natürlich nur sehr langsam sich herausstellen kann, glauben wir richtig gewählt zu haben. So ist denn nun zunächst wenigstens äussere Ruhe um mich herum entstanden, wenn auch meine Sorgen nach jeder Seite hin mich nicht verlassen haben. Was ich aber schon von dieser Seite allein her diesen Winter ausstand, kann nur derjenige begreifen, der den Charakter solcher Herzleiden kennt. Bei beständiger Schlaflosigkeit stellt sich da endlich ein so furchtbarer Grad von Aufgeregtheit, Schwarzsichtigkeit und heftiger Laune ein, dass ich offen gestehe, wie mir, der ich so gern mich einzig auf mein Haus beschränke, dieses zur wahren Hölle gemacht wurde. Statt dass an mir die Nachsicht und Milde ausgeübt wurde, deren ich bei meinen beständig angreifenden Arbeiten und bei meiner reizbaren Gemütsstimmung sosehr bedarf, hatte ich auch noch die Aufgabe, in jedem Worte und Blicke auf diese Sorge selbst bedacht sein zu müssen, ohne dadurch meist nur den Zweck solcher Überwindung erreichen zu können. – Jedenfalls verträgt auch meine Frau im Winter dies einsame Leben nicht; sie kann sich selbst nicht genügend unterhalten und bedarf der äusseren Zerstreuung. Nächsten Winter soll sie jedenfalls in Deutschland, – Dresden, Berlin, Weimar – leben, während ich vermutlich nach Paris gehe. Wie sehnsüchtig ich auch unter diesen Umständen meine Amnestierung wünschen muss, können Sie sich leicht denken; alle meine Arbeitslust stockt endlich, wenn ich immer nur für das Papier arbeiten muss; und da ich nimmermehr eines meiner neuen Werke ohne mich zuerst aufführen lassen würde, so entsteht auch hieraus für mich eine Lähmung und Stockung der bedenklichsten Art. Hierzu kommt empfindliches Ausbleiben jeder Art von Einnahmen in der letzten Zeit, Bangigkeit und ewige Unsicherheit, sodass Sie begreifen können, mit welch eigenem, wunderbaren Gefühl ich die fortwährenden Beweise Ihrer Treue und Teilnahme empfange. Dieses Stille und sich stets Gleiche Ihrer Freundschaft für mich zeigt mir gerade jetzt wieder das echteste Gut, das mir zuteil geworden. Ich kann nicht sagen, wie Sie mich rühren! – Nun aber hatte ich auch um Sie so grosse Sorge. Die letzten Nachrichten Emiliens über Ihren Gesundheitszustand waren so höchst betrübend und niederdrückend, dass ich, als ich nun Ihre Handschrift sah, Sie wie neu für mich geboren fühlte. Darf ich annehmen, dass Sie mit dem Frühling sich ein wenig besser befinden? Ach, hätten Sie mir doch darüber eine recht bestimmte Versicherung zukommen lassen! Vielleicht geschieht es noch, wenn ich recht inständig darum bitte. Sie in wenigstens erträglichem Zustande zu wissen, und dadurch mir die Hoffnung erhalten zu sehen, Sie noch wieder begrüssen zu können, ist für mich noch so eine reine Freude, deren ich mich getrösten dürfte. Ich habe mich vor einigen Monaten an den Dresdener Hof wegen Erlaubnis zur periodischen Rückkehr nach Deutschland gewendet; Antwort habe ich nicht bekommen, aber man sagt mir, nächstes Jahr solle die Amnestiefrage für Sachsen erledigt werden. Somit muss ich mich gedulden.
Im übrigen verlässt mich eigentlich alles, oder vielmehr, ich sehe, dass auf nichts, auf keine mir zuzeiten eröffnete Aussicht besondrer Teilnahme irgendwelcher Verlass war; alles ist stumm und überlässt mich meinem Schicksale. Im vergangenen Januar machte ich einen kurzen Ausflug nach Paris – eigentlich fast nur, um mir eine Diversion für meine beklemmende häusliche Lage zu gönnen! – Aussichten für dort habe ich wohl gar nicht; man faselte viel davon, dass die Pariser Theater sich nächstens mit mir würden befassen müssen; doch konnte ich diese Notwendigkeit nicht erkennen, und ob sie mich suchen werden, muss ich sehr dahingestellt sein lassen, wogegen ich nur das eine bestimmt weiss, dass ich – sie nicht suchen kann. Doch machte ich einige angenehme Bekanntschaften, die mich für diesmal etwas mit dem französischen Geiste versöhnen; vor allem erwarb ich mir ein ganz unschätzbares Geschenk: Madame Erard**) verehrte mir einen herrlichen Flügel, der vor 8 Tagen bei mir angekommen ist, wie der Schwan des Grals, um mich wieder in das Land zurückzuführen, in dem ich einzig heimisch sein soll. Nun habe ich auch wieder die zuletzt lange unterbrochene Komposition des Tristan mit dem 2. Akte aufgenommen; o, könnte ich ungestört bis zur Vollendung dieser sosehr mir an das Herz gewachsenen Arbeit darein mich versenken und nichts von den gemeinen und schrecklichen Qualen meines Daseins, wenigstens bis dahin, empfinden! –
Nun will ich Ihnen schliesslich doch noch ein recht freundliches und erhebendes Abenteuer berichten. Auf meiner Winterreise nach Paris versäumte ich mich in Basel, und war genötigt, in Strassburg einen halben Tag und eine Nacht zu verbringen; wie ich durch die Strassen schlendre, lese ich auf der Theateraffiche ein Stück angezeigt, und darunter, mit grossen Lettern, die Ouvertüre zum Tannhäuser, mit der die Aufführung begonnen werden sollte. Ich erhielt zufällig einen Platz nahe am Orchester, aus welchem mich einige Musiker von Zürich her erkannten und schnell von meiner Anwesenheit ihren Kollegen und dem Dirigenten Mitteilung machten. Ich erwartete mit banger Spannung die Ausführung: es war das erstemal, dass ich seit lange ein Orchester wieder hören und überhaupt eine Komposition von mir, von andren dirigiert, vernehmen sollte. Zu meiner angenehmsten Überraschung wurde aber sehr gut, ja manches vorzüglich gespielt, fein nuanciert und alles schwungvoll vorgetragen, sodass eine heftige Rührung und tiefe Erschütterung über mich kam; namentlich hatte der ernste Pilgergesang am Schlusse für mich eine tiefe, feierlich Bedeutung. Wie denn nun am Schlusse applaudiert wurde, erhob sich das Orchester mit seinem Dirigenten***) an der Spitze zu mir gewandt mit lautem Beifall und Ovationsbezeugungen, wodurch das Publikum mich gewahr wurde und schnell begriff, wer ich sein mochte, so dass ich nun, in helle Tränen ausbrechend, mich einer öffentlichen Huldigung ausgesetzt sah, wie ich sie nie erlebt. Schnell musste ich das Haus verlassen. –
Sehen Sie, so geht es einem: immer tief unten, und kommt’s dann einmal – hoch oben, auf wunderbarer Höhe! –
Nun Tausend herzliche Grüsse an die lieben, geliebten Ihrigen! Dank, innigen Dank für Ihre himmlische Freundschaft und reiche Segenswünsche für Ihr Wohlsein!
Ihr
Richard Wagner.
_________
*) Badeort im Aargau
**) Witwe des Pariser Klavierfabrikanten Pierre Erard
***) Kapellmeister Hasselmann
Quelle: Richard Wagners Briefe an Frau Julie Ritter (hg. Siegmund von Hausegger), München 1920, p. 130-134.
«Zum ersten Male machte ich unter Franzosen sympathische Bekanntschaften»
Richard Wagner an Prinzessin Marie Wittgenstein
Zürich, 8. Februar 58.
Mein Liebstes Kind!
Ich ging recht beruhigt und selbst erbaut von Paris fort. Zum ersten Male machte ich unter Franzosen sympathische Bekanntschaften, was mir zuvor fast undenklich schien. Hierzu rechne ich die Familie Hérold, in die mich Ollivier* einführte; dort lebte der Tannhäuser, den man in Wien – zur grösster Zufriedenheit – und in Berlin – zum grossen Missvergnügen gehört hatte. Der innige Enthusiasmus dieser Familie war mir höchst überraschend.
Selbst der Familie Erard wusste ich ziemliche Wärme abzugewinnen;... Unter so günstigen Umständen glückte es mir auch leicht, Madame Erard einen schönen Flügel für mich abzugewinnen; ich darf ihn in 4 bis 6 Wochen erwarten, und Bruder Franz wird nun bei mir dem Stolze, schlechte Klaviere so zu behandeln, dass sie wie gute klingen, nicht mehr fröhnen können. Ich freue mich auf den Ankömmling ungemein. Madame Erard aber habe ich die Dedication meiner ersten in Paris erscheinenden Oper versprochen. Ollivier ist, wie Sie kennen gelernt haben werden, von der einnehmendsten Liebenswürdigkeit; sein Benehmen gegen mich ist über alles Lob erhaben... Ueberhaupt habe ich ein recht wohlthätiges Gefühl namentlich auch aus meinen diesmaligen Pariser Wahrnehmungen gewonnen: ich bin ein geliebter Mensch! ...
_________
Richard Wagner an Freunde und Zeitgenossen. Herausgegeben von Erich Kloss. Berlin und Leipzig 1909 (Schuster & Loeffler). S. 213 ff.
[* Emile Ollivier, französischer Minister des Auswärtigen, früher Advokat in Paris. Schwiegersohn Liszts (er hatte Liszt Tochter Blandine, Cosimas Schwester, geheiratet).]
Richard Wagner an Karl Klindworth, Venedig, 31. Oktober 58.
Mein Lieber Freund!
... Was meine Gegenwart betrifft, so muss ich diese ganz erträglich nennen. Venedig sagt mir sehr zu. Seit Ende August bin ich hier eingetroffen, und bewohne hohe Zimmer in einem alten Palast am Grossen Canale, wo mein nachgesandter Erard vortrefflich klingt. Karl Ritter ist – ohne Frau – mein einziger Umgang; sonst lebe ich gänzlich zurückgezogen. Diese Ruhe ist mir sehr wohlthätig und heilsam...
Leben Sie wohl! Seien Sie schönstens gegrüsst von Ihrem Richard Wagner.
Canal Grande
Palazzo Giustiani
Campiello Squillini, No. 3228."
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Quelle: Richard Wagner an Freunde und Zeitgenossen. Herausgegeben von Erich Kloss. Berlin und Leipzig 1909 (Schuster & Loeffler). S. 231 ff.
Richard Wagner an die Gräfin Pourtalès
Penzing bei Wien, ? Mai 1863.
Theuerste, hochverehrte Frau Gräfin!
Erst jetzt gelange ich zu einiger Maassen gesammelter Stimmung, um edelsten Pflichten des Herzens obzuliegen!...
Meine Rückkehr nach Deutschland hat mir nun klar und hell gezeigt, dass ich für die öffentliche Bethätigung meiner Kunst auf keine Unterstützung zu rechen habe...
Während nun so mancher deutsche Fürst auf meine Kunst etwas gibt und laut sein Interesse für mich bezeugt, bleibt mir nichts übrig, als mich ganz auf mich selbst zurückzuziehen, und um dies nur zu können, von meinem Dirigententalent den Vortheil zu ziehen, dann und wann durch Conzertaufführungen in Russland die genügenden Mittel zur Subsistenz mir zu gewinnen! – Gestehen Sie, hochverehrte, dass mich das mit Bitterkeit erfüllen muss! – So habe ich mich denn nun auf unerhörten Umwegen (an den Grenzen Asiens hörte man nun die Musik meiner Walküren! –) wieder soweit gefunden, dass der Erard, der einst eine so edle Zuflucht bei Ihnen fand, wieder hergerichtet dasteht, und die Meistersinger wieder auf dem Pult liegen. Ich habe wieder begonnen – : und um Ihren Segen, Sie Gütige, Edle! bewerbe ich mich nun! Sprechen Sie einen mitleidig tiefen Zauberspruch aus, der mich banne an meine geliebte Arbeit, und alles Elend und gemeine Sorge der Welt so weit von mir halte, dass ich ihr bald einst mein heiteres Werk zuführen kann! Sie bedarf’s auch! – Ich küsse Ihnen mit dankender Inbrunst die Hände und bleibe stets Ihr allergetreuester Diener Richard Wagner 221. Penzing bei Wien (? Mai 1863).
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Quelle: Richard Wagner an Freunde und Zeitgenossen. Herausgegeben von Erich Kloss. Berlin und Leipzig 1909 (Schuster & Loeffler). S. 349.
Pode-se ver um detalhe de uma harpa de 1817 e a harpa completa nas imagens seguintes, repare-se na estrutura fortíssima da harpa de Erard, capaz de suportar tensões elevadíssimas. Os cálculos da potência radiante de uma harpa destas são fáceis de calcular, uma vez que a dimensão das cordas e a afinação não mudaram desde 1811. A variação no material das cordas corresponde, pelos meus cálculos, a um ganho de apenas 10% a 15% de potência sonora! Mas terei de consultar tratados que estudem o assunto para ter uma opinião mais fundamentada. Ou seja, se Wagner usou seis harpas, ou mesmo sete, e se gritava durante os ensaios que não se ouviam e incentivava os músicos para que tocassem mais forte, ficaria certamente satisfeito com os 10% a 15% a mais de energia obtida na produção sonora, mas não prescindiria certamente do efeito das mesmas seis harpas. Porque razão Wagner pede apenas duas harpas no Parsifal, obra posterior para o mesmo fosso de Bayreuth, com as harpas da mesma construção de que dispunha para a Tetralogia? Porque a ideia musical das duas obras foi diferente, porque o uso das seis harpas é necessário na sua concepção sonora do ciclo do Nibelungo. A única resposta possível.
Repare-se que a potência global da orquestra também aumentou em proporção. Em 1865 ainda se usavam (e continuaram a usar-se) cordas de tripa nos instrumentos de corda. O material dos metais e dos instrumentos de madeira também melhorou. A percussão também. Quem conhece um instrumento de sopro de 1870 e um de hoje percebe a diferença imediatamente. Creio que as seis harpas se justificam plenamente. No final do primeiro acto da Walküre as duas anémicas harpas que estiveram no Coliseu, com Thielemann, e no CCB, com Peskó, não se conseguiram ouvir junto dos metais, madeiras e cordas em plena força, um total desequilíbrio sonoro. Wagner apenas coloca duas linhas nas harpas, harpa I,II, e III (juntas )e harpa IV, V e VI (também juntas). Foram usadas sempre as duas harpas quando a partitura pede apenas uma linha sonora, as harpas neste caso dobravam a primeira linha. Se bastasse uma harpa para assegurar cada linha, a segunda harpa poderia calar-se nesses pontos sem prejuízo do volume sonoro. Porquê duas harpas a tocar o papel da primeira harpa? Repare-se que também existe apenas uma linha para os 16 primeiros violinos e os 16 segundos violinos (aqui estiveram menos 2 do que o indicado na partitura, o que também é grave), por esta ordem de ideias quando se inventasse um violino (quiçá amplificado) se dispensassem os violinos todos e passasse a tocar apenas um por linha, juntando-se o segundo ao primeiro quando a respectiva parte tivesse compassos de espera! Um absurdo? Claro que sim, como é um absurdo tocar com menos de seis harpas!
É evidente que é caro, ter seis harpas para se fazerem ouvir em cerca de cem compassos, se tanto, mas está escrito na partitura e ou se faz como Wagner pediu, ou se apresenta uma espécie de obra adocicada sem respeitar a ideia do compositor com argumentos que servem apenas para mascarar a incapacidade financeira para apresentar a obra na sua plenitude.
Porque imaginar que se pode tocar o final do primeiro acto com duas harpas apenas, e em partes separadas, e estas se conseguem ouvir, porque hoje terão mais som que as harpas do tempo de Wagner, é incorrer num erro musical e musicológico.
Se se deitar uma olhadela à entrada das seis harpas percebe-se o que se quer dizer, no segundo compasso da imagem encontramos: 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, 3 clarinetes em sib, um clarinete baixo em sib, 3 fagotes, 4 trompas, 1 trompete, 3 trombones e 1 trombone contrabaixo, tímbales, 6 harpas em harpejos, 16 primeiros violinos, 16 segundos violinos 12 violas, 12 violoncelos, 8 contrabaixos, tudo em fortíssimo! O motivo mais importante é o das harpas, os harpejos dão a textura essencial deste momento mágico em que Sigmund canta "Herz", Coração, num sol rutilante de força e de sofrimento. A grande porta abre-se, escreve Wagner pouco acima. Mais à frente, a estes instrumentos, juntam-se mais dois trompetes e o trompete baixo. Este ponto é o momento mágico em que tudo se descobre, o amor se torna claro, o poder se torna claro, a natureza entra pelo palco adentro e invade o teatro, o espectador maravilhado, deslumbrado, esmagado. Um ponto de viragem absoluto dentro da ópera e no drama. Seis harpas! Inusitado? Megalómano? Talvez, mas também único. Revelador, deslumbrante, simbólico, dramatismo em todo o seu esplendor! Motivado e profundo.
Alguém acredita que duas harpas podem dar a força deste momento? Alguém acredita que Wagner exige aqui menos do que as seis harpas, intelectualmente, musicalmente, teatralmente não há qualquer razão filosófica para utilizar um menor número. Apenas economia barata e desrespeito pelo compositor. Thielemann falhou, o S. Carlos falhou, neste ponto. Rotundamente. A economia não justifica o desrespeito. A má tradição não justifica uma rotina errada.
As cartas de Wagner não acrescentam muito à questão das seis harpas na Tetralogia, basta a partitura aliás, mas é leitura muito interessante e mostra que Wagner conhecia a harpa moderna, uma vez que a casa Erard ganhava mais dinheiro com as harpas do que com os pianos, havendo muitas harpas nos seus salões e sabe-se como Wagner era curioso relativamente a instrumentos. Mas o assunto até é pacífico, porque todas as orquestras dispunham de harpas modernas, com pedais de dupla acção e estrutura reforçada antes de 1850. Noto também que a crítica espanhola criticou Thielemann por faltarem mais quatro harpas em palco na Walküre de Wagner (Novembro em Madrid) onde actuou apenas com duas.
Transcrevo as cartas de Wagner por serem muito interessantes e uma curiosidade para quem se interessa por estas questões. O piano de Wagner...
Richard Wagner an Julie Ritter
Zürich, 11. Mai 1858
O, Sie liebe teure Freundin! – Dass ich wieder Ihre Handschrift sah, hat mich innig erquickt; es konnte mir kein lieberes und schöneres Geschenk gemacht werden, als diese gesegneten Zeilen von Ihnen. Sie können nicht ahnen, welche Leiden ich wieder durchlebt habe, – wie traurig, trotz des lachenden Frühlings, alles um mich herum aussieht; und ich will Ihr liebes, teilnehmendes Herz auch nicht damit quälen, dass ich Sie in diese Trostlosigkeiten blicken lasse! – Genug, dass ich Ihnen sage, wie auch meine Frau endlich in einen höchst qualvollen Gesundheitszustand geraten ist; durch falsche Behandlung Ihres Arztes, gegen das ich immer und je vergebens warnte, hat sich ein seit Jahren oft bei ihr wiederkehrendes Leiden schliesslich zu einer Herzkrankheit ausgebildet, die für sie diesen Winter einen so peinigenden Charakter annahm, dass sie endlich jetzt Häuschen und Garten aufgab und eine gründliche Kur angetreten hat. Seit vier Wochen ist sie bei Dr. Erismann in Brestenberg*), dessen Bekanntschaft ja auch Frau Julie im Geleite ihres Mannes machte. Bei dem guten Erfolge, den ich dem Dr. Vaillant bei Genf verdanke, und der mich nun schon seit zwei Jahren von jeder anderweitigen ärztlichen Behandlung emanzipiert hat, suchte ich meine Frau ebenfalls für eine Kur unter der Leitung dieses vortrefflichen Arztes zu bestimmen; da uns jedoch ein Freund den Dr. Erismann besonders auch empfehlen konnte, zog sie die Nähe von Zürich vor, und nach dem bisherigen Erfolge, der bei so schrecklich ausgebildeten Nervenleiden natürlich nur sehr langsam sich herausstellen kann, glauben wir richtig gewählt zu haben. So ist denn nun zunächst wenigstens äussere Ruhe um mich herum entstanden, wenn auch meine Sorgen nach jeder Seite hin mich nicht verlassen haben. Was ich aber schon von dieser Seite allein her diesen Winter ausstand, kann nur derjenige begreifen, der den Charakter solcher Herzleiden kennt. Bei beständiger Schlaflosigkeit stellt sich da endlich ein so furchtbarer Grad von Aufgeregtheit, Schwarzsichtigkeit und heftiger Laune ein, dass ich offen gestehe, wie mir, der ich so gern mich einzig auf mein Haus beschränke, dieses zur wahren Hölle gemacht wurde. Statt dass an mir die Nachsicht und Milde ausgeübt wurde, deren ich bei meinen beständig angreifenden Arbeiten und bei meiner reizbaren Gemütsstimmung sosehr bedarf, hatte ich auch noch die Aufgabe, in jedem Worte und Blicke auf diese Sorge selbst bedacht sein zu müssen, ohne dadurch meist nur den Zweck solcher Überwindung erreichen zu können. – Jedenfalls verträgt auch meine Frau im Winter dies einsame Leben nicht; sie kann sich selbst nicht genügend unterhalten und bedarf der äusseren Zerstreuung. Nächsten Winter soll sie jedenfalls in Deutschland, – Dresden, Berlin, Weimar – leben, während ich vermutlich nach Paris gehe. Wie sehnsüchtig ich auch unter diesen Umständen meine Amnestierung wünschen muss, können Sie sich leicht denken; alle meine Arbeitslust stockt endlich, wenn ich immer nur für das Papier arbeiten muss; und da ich nimmermehr eines meiner neuen Werke ohne mich zuerst aufführen lassen würde, so entsteht auch hieraus für mich eine Lähmung und Stockung der bedenklichsten Art. Hierzu kommt empfindliches Ausbleiben jeder Art von Einnahmen in der letzten Zeit, Bangigkeit und ewige Unsicherheit, sodass Sie begreifen können, mit welch eigenem, wunderbaren Gefühl ich die fortwährenden Beweise Ihrer Treue und Teilnahme empfange. Dieses Stille und sich stets Gleiche Ihrer Freundschaft für mich zeigt mir gerade jetzt wieder das echteste Gut, das mir zuteil geworden. Ich kann nicht sagen, wie Sie mich rühren! – Nun aber hatte ich auch um Sie so grosse Sorge. Die letzten Nachrichten Emiliens über Ihren Gesundheitszustand waren so höchst betrübend und niederdrückend, dass ich, als ich nun Ihre Handschrift sah, Sie wie neu für mich geboren fühlte. Darf ich annehmen, dass Sie mit dem Frühling sich ein wenig besser befinden? Ach, hätten Sie mir doch darüber eine recht bestimmte Versicherung zukommen lassen! Vielleicht geschieht es noch, wenn ich recht inständig darum bitte. Sie in wenigstens erträglichem Zustande zu wissen, und dadurch mir die Hoffnung erhalten zu sehen, Sie noch wieder begrüssen zu können, ist für mich noch so eine reine Freude, deren ich mich getrösten dürfte. Ich habe mich vor einigen Monaten an den Dresdener Hof wegen Erlaubnis zur periodischen Rückkehr nach Deutschland gewendet; Antwort habe ich nicht bekommen, aber man sagt mir, nächstes Jahr solle die Amnestiefrage für Sachsen erledigt werden. Somit muss ich mich gedulden.
Im übrigen verlässt mich eigentlich alles, oder vielmehr, ich sehe, dass auf nichts, auf keine mir zuzeiten eröffnete Aussicht besondrer Teilnahme irgendwelcher Verlass war; alles ist stumm und überlässt mich meinem Schicksale. Im vergangenen Januar machte ich einen kurzen Ausflug nach Paris – eigentlich fast nur, um mir eine Diversion für meine beklemmende häusliche Lage zu gönnen! – Aussichten für dort habe ich wohl gar nicht; man faselte viel davon, dass die Pariser Theater sich nächstens mit mir würden befassen müssen; doch konnte ich diese Notwendigkeit nicht erkennen, und ob sie mich suchen werden, muss ich sehr dahingestellt sein lassen, wogegen ich nur das eine bestimmt weiss, dass ich – sie nicht suchen kann. Doch machte ich einige angenehme Bekanntschaften, die mich für diesmal etwas mit dem französischen Geiste versöhnen; vor allem erwarb ich mir ein ganz unschätzbares Geschenk: Madame Erard**) verehrte mir einen herrlichen Flügel, der vor 8 Tagen bei mir angekommen ist, wie der Schwan des Grals, um mich wieder in das Land zurückzuführen, in dem ich einzig heimisch sein soll. Nun habe ich auch wieder die zuletzt lange unterbrochene Komposition des Tristan mit dem 2. Akte aufgenommen; o, könnte ich ungestört bis zur Vollendung dieser sosehr mir an das Herz gewachsenen Arbeit darein mich versenken und nichts von den gemeinen und schrecklichen Qualen meines Daseins, wenigstens bis dahin, empfinden! –
Nun will ich Ihnen schliesslich doch noch ein recht freundliches und erhebendes Abenteuer berichten. Auf meiner Winterreise nach Paris versäumte ich mich in Basel, und war genötigt, in Strassburg einen halben Tag und eine Nacht zu verbringen; wie ich durch die Strassen schlendre, lese ich auf der Theateraffiche ein Stück angezeigt, und darunter, mit grossen Lettern, die Ouvertüre zum Tannhäuser, mit der die Aufführung begonnen werden sollte. Ich erhielt zufällig einen Platz nahe am Orchester, aus welchem mich einige Musiker von Zürich her erkannten und schnell von meiner Anwesenheit ihren Kollegen und dem Dirigenten Mitteilung machten. Ich erwartete mit banger Spannung die Ausführung: es war das erstemal, dass ich seit lange ein Orchester wieder hören und überhaupt eine Komposition von mir, von andren dirigiert, vernehmen sollte. Zu meiner angenehmsten Überraschung wurde aber sehr gut, ja manches vorzüglich gespielt, fein nuanciert und alles schwungvoll vorgetragen, sodass eine heftige Rührung und tiefe Erschütterung über mich kam; namentlich hatte der ernste Pilgergesang am Schlusse für mich eine tiefe, feierlich Bedeutung. Wie denn nun am Schlusse applaudiert wurde, erhob sich das Orchester mit seinem Dirigenten***) an der Spitze zu mir gewandt mit lautem Beifall und Ovationsbezeugungen, wodurch das Publikum mich gewahr wurde und schnell begriff, wer ich sein mochte, so dass ich nun, in helle Tränen ausbrechend, mich einer öffentlichen Huldigung ausgesetzt sah, wie ich sie nie erlebt. Schnell musste ich das Haus verlassen. –
Sehen Sie, so geht es einem: immer tief unten, und kommt’s dann einmal – hoch oben, auf wunderbarer Höhe! –
Nun Tausend herzliche Grüsse an die lieben, geliebten Ihrigen! Dank, innigen Dank für Ihre himmlische Freundschaft und reiche Segenswünsche für Ihr Wohlsein!
Ihr
Richard Wagner.
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*) Badeort im Aargau
**) Witwe des Pariser Klavierfabrikanten Pierre Erard
***) Kapellmeister Hasselmann
Quelle: Richard Wagners Briefe an Frau Julie Ritter (hg. Siegmund von Hausegger), München 1920, p. 130-134.
«Zum ersten Male machte ich unter Franzosen sympathische Bekanntschaften»
Richard Wagner an Prinzessin Marie Wittgenstein
Zürich, 8. Februar 58.
Mein Liebstes Kind!
Ich ging recht beruhigt und selbst erbaut von Paris fort. Zum ersten Male machte ich unter Franzosen sympathische Bekanntschaften, was mir zuvor fast undenklich schien. Hierzu rechne ich die Familie Hérold, in die mich Ollivier* einführte; dort lebte der Tannhäuser, den man in Wien – zur grösster Zufriedenheit – und in Berlin – zum grossen Missvergnügen gehört hatte. Der innige Enthusiasmus dieser Familie war mir höchst überraschend.
Selbst der Familie Erard wusste ich ziemliche Wärme abzugewinnen;... Unter so günstigen Umständen glückte es mir auch leicht, Madame Erard einen schönen Flügel für mich abzugewinnen; ich darf ihn in 4 bis 6 Wochen erwarten, und Bruder Franz wird nun bei mir dem Stolze, schlechte Klaviere so zu behandeln, dass sie wie gute klingen, nicht mehr fröhnen können. Ich freue mich auf den Ankömmling ungemein. Madame Erard aber habe ich die Dedication meiner ersten in Paris erscheinenden Oper versprochen. Ollivier ist, wie Sie kennen gelernt haben werden, von der einnehmendsten Liebenswürdigkeit; sein Benehmen gegen mich ist über alles Lob erhaben... Ueberhaupt habe ich ein recht wohlthätiges Gefühl namentlich auch aus meinen diesmaligen Pariser Wahrnehmungen gewonnen: ich bin ein geliebter Mensch! ...
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Richard Wagner an Freunde und Zeitgenossen. Herausgegeben von Erich Kloss. Berlin und Leipzig 1909 (Schuster & Loeffler). S. 213 ff.
[* Emile Ollivier, französischer Minister des Auswärtigen, früher Advokat in Paris. Schwiegersohn Liszts (er hatte Liszt Tochter Blandine, Cosimas Schwester, geheiratet).]
Richard Wagner an Karl Klindworth, Venedig, 31. Oktober 58.
Mein Lieber Freund!
... Was meine Gegenwart betrifft, so muss ich diese ganz erträglich nennen. Venedig sagt mir sehr zu. Seit Ende August bin ich hier eingetroffen, und bewohne hohe Zimmer in einem alten Palast am Grossen Canale, wo mein nachgesandter Erard vortrefflich klingt. Karl Ritter ist – ohne Frau – mein einziger Umgang; sonst lebe ich gänzlich zurückgezogen. Diese Ruhe ist mir sehr wohlthätig und heilsam...
Leben Sie wohl! Seien Sie schönstens gegrüsst von Ihrem Richard Wagner.
Canal Grande
Palazzo Giustiani
Campiello Squillini, No. 3228."
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Quelle: Richard Wagner an Freunde und Zeitgenossen. Herausgegeben von Erich Kloss. Berlin und Leipzig 1909 (Schuster & Loeffler). S. 231 ff.
Richard Wagner an die Gräfin Pourtalès
Penzing bei Wien, ? Mai 1863.
Theuerste, hochverehrte Frau Gräfin!
Erst jetzt gelange ich zu einiger Maassen gesammelter Stimmung, um edelsten Pflichten des Herzens obzuliegen!...
Meine Rückkehr nach Deutschland hat mir nun klar und hell gezeigt, dass ich für die öffentliche Bethätigung meiner Kunst auf keine Unterstützung zu rechen habe...
Während nun so mancher deutsche Fürst auf meine Kunst etwas gibt und laut sein Interesse für mich bezeugt, bleibt mir nichts übrig, als mich ganz auf mich selbst zurückzuziehen, und um dies nur zu können, von meinem Dirigententalent den Vortheil zu ziehen, dann und wann durch Conzertaufführungen in Russland die genügenden Mittel zur Subsistenz mir zu gewinnen! – Gestehen Sie, hochverehrte, dass mich das mit Bitterkeit erfüllen muss! – So habe ich mich denn nun auf unerhörten Umwegen (an den Grenzen Asiens hörte man nun die Musik meiner Walküren! –) wieder soweit gefunden, dass der Erard, der einst eine so edle Zuflucht bei Ihnen fand, wieder hergerichtet dasteht, und die Meistersinger wieder auf dem Pult liegen. Ich habe wieder begonnen – : und um Ihren Segen, Sie Gütige, Edle! bewerbe ich mich nun! Sprechen Sie einen mitleidig tiefen Zauberspruch aus, der mich banne an meine geliebte Arbeit, und alles Elend und gemeine Sorge der Welt so weit von mir halte, dass ich ihr bald einst mein heiteres Werk zuführen kann! Sie bedarf’s auch! – Ich küsse Ihnen mit dankender Inbrunst die Hände und bleibe stets Ihr allergetreuester Diener Richard Wagner 221. Penzing bei Wien (? Mai 1863).
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Quelle: Richard Wagner an Freunde und Zeitgenossen. Herausgegeben von Erich Kloss. Berlin und Leipzig 1909 (Schuster & Loeffler). S. 349.
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