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31.12.04

O Fim de Ano 

Nesta altura multiplicam-se os votos disto e daquilo, a praga mas mensagens nos telemóveis é apenas uma nota sintomática da superficialidade dos "sentimentos" de encher calendário.
No momento infeliz que atravessamos em Portugal, com um país deprimido e uma governação nem melhor nem pior do que o costume desde há centenas de anos, ou seja, uma governação negligente, incompetente, corrupta e complacente; no momento dramático que a terra atravessa, com uma catástrofe de dimensão global como a morte de mais de uma centena de milhar de pessoas de todas as nações, mas sobretudo das pobres regiões das costas do Índico; não faço votos especiais a ninguém em particular. A tragédia humana em que este planeta vive, a miséria, a fome, a ignorância, fazem sofrer quem ainda tem sentimentos e ama a vida e a humanidade que ainda resta em todos nós. Lembro que esta tragédia, pelo menos, foi com causas naturais, numa dimensão que nos lembra a pequenês do ser humano face ao Universo. Mas as piores tragédias que sofremos foram motivadas e conduzidas pelo próprio homem. Os milhões de mortos em guerras, as bombas atómicas, a fome de grande parte da população do planeta face à abundância de poucos, a probreza global, lembram que a tão propalada força da humanidade e as suas conquistas são apenas sonhos vagos na cabeça de poetas longe da realidade. A sociedade humana é de facto lamentável, triste, infame e mesquinha.

A alegria das crianças pobres que brincam nessas praias dos oceanos do globo são a única fonte de esperança que ainda vejo neste planeta dominado por um predador terrível e destrutivo, o ser humano.
Por isso o meu único voto para esta quadra é a repetição das palavras de Cristo e de S. João: "amai-vos uns aos outros".


H.S.

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