14.11.04
Santana e os motoristas
Abri a televisão, Santana Lopes discursava tendo em fundo aquilo, que eu julgo ser, um painel de motoristas, ou de guardas da PSP à civil. Seriam os célebres seguranças do PM? De repente o painel começa a rir e a bater palmas, isto quando Santana diz que neste governo quem manda é ele e que não chefia uma "federação de ministérios". Afinal deviam ser motoristas do PSD: os seguranças do PM não são supostos bater palmas aos discursos do líder...
O mais curioso é que Santana anunciou o "fim da austeridade!" Os motoristas acharam graça e bateram palmas. Santana o prestidigitador de olhar "inteligente" e gesto estudado em frente de um painel de motoristas. Bem apanhado, vivo. Santana na imagem construída de tribuno, em pose de chefe do executivo e com um painel de motoristas, chauffers ainda jovens, em fundo.
Do congresso do PSD a única coisa palpável que saiu foi o facto: Santana ainda não sabe se espetará a faca nas costas do PP. E que vai esperar até à véspera das mesmas eleições.
Os momentos "chaves", como disse Santana, em que se decide se se deve apunhalar um parceiro de coligação nas costas, os "momentos-chaves" lembrando-se do Chaves, o Henrique, que sacrificou no momento de escolher a Comissão Política e que apunhalou nas costas, ao mesmo tempo que dava uma palmada, nas próprias costas elas próprias, ao seu "amigo".
Do congresso sai o dilema, e a coisa é simples, ou concorre coligado à partida ou não, nas próximas eleições.
Os factos evidentes são:
a) Se perceber que já perdeu tudo, sem hipótese de remissão, larga o PP à sua sorte para lhe canibalizar os votos e minorar a derrota.
b) Se perceber que ganha, sem o PP, larga-o também. Os frutos do poder são demasiados saborosos para se partilharem.
c)Se a coisa estiver indecisa alinha com o PP.
Vejamos o lado do PP:
A única hipótese do PP parece ser forçar o acordo hoje, ameaçando com a queda da coligação, neste próprio momento, se não obtiver um acordo pré-eleitoral para concorrer em coligação amanhã.
Este raciocínio cai por terra rapidamente. Percebe-se que é um bluff. Explico: o PP precisa do poder que tem hoje. Se romper a coligação perde esse mesmo poder. Do mesmo modo que o PSD pode fazer tudo o que quer, o PP tem de aguentar o barco senão perde tudo. Repare-se que se o PSD entregar um acordo, neste momento, ao PP, nada garante que o acordo não seja rasgado e o PSD não espete a faca nas costas aos seus actuais parceiros à boca das urnas. Há sempre um Jaguar algures para se poder romper com um partido mais pequeno...
A única esperança do PP é que, ao se aproximarem as eleições, a situação esteja indecisa. Afinal é o mais fraco, e os mais fracos saem sempre triturados em política.
Em política partidária, e sobretudo na portuguesa, a palavra lealdade não tem o menor sentido. Existem forças, existe o poder. Tudo vale. A única coisa certa que Santana fai fazer é conservar a tal faca longa guardada para ser brandida no momento mais oportuno. A tal faca que, em política, se espeta nas costas dos melhores amigos.
A mesma faca que o Ferro sentiu atravessada nas costas, brandida pelos seus grandes amigos, e sobretudo pelo amigo do peito: Sampaio. O mesmo Sampaio que vai visitar o Papa e que diz "estar atento". Uma espécie de presidente que chora.
E viva Portugal.
H.S.
O mais curioso é que Santana anunciou o "fim da austeridade!" Os motoristas acharam graça e bateram palmas. Santana o prestidigitador de olhar "inteligente" e gesto estudado em frente de um painel de motoristas. Bem apanhado, vivo. Santana na imagem construída de tribuno, em pose de chefe do executivo e com um painel de motoristas, chauffers ainda jovens, em fundo.
Do congresso do PSD a única coisa palpável que saiu foi o facto: Santana ainda não sabe se espetará a faca nas costas do PP. E que vai esperar até à véspera das mesmas eleições.
Os momentos "chaves", como disse Santana, em que se decide se se deve apunhalar um parceiro de coligação nas costas, os "momentos-chaves" lembrando-se do Chaves, o Henrique, que sacrificou no momento de escolher a Comissão Política e que apunhalou nas costas, ao mesmo tempo que dava uma palmada, nas próprias costas elas próprias, ao seu "amigo".
Do congresso sai o dilema, e a coisa é simples, ou concorre coligado à partida ou não, nas próximas eleições.
Os factos evidentes são:
a) Se perceber que já perdeu tudo, sem hipótese de remissão, larga o PP à sua sorte para lhe canibalizar os votos e minorar a derrota.
b) Se perceber que ganha, sem o PP, larga-o também. Os frutos do poder são demasiados saborosos para se partilharem.
c)Se a coisa estiver indecisa alinha com o PP.
Vejamos o lado do PP:
A única hipótese do PP parece ser forçar o acordo hoje, ameaçando com a queda da coligação, neste próprio momento, se não obtiver um acordo pré-eleitoral para concorrer em coligação amanhã.
Este raciocínio cai por terra rapidamente. Percebe-se que é um bluff. Explico: o PP precisa do poder que tem hoje. Se romper a coligação perde esse mesmo poder. Do mesmo modo que o PSD pode fazer tudo o que quer, o PP tem de aguentar o barco senão perde tudo. Repare-se que se o PSD entregar um acordo, neste momento, ao PP, nada garante que o acordo não seja rasgado e o PSD não espete a faca nas costas aos seus actuais parceiros à boca das urnas. Há sempre um Jaguar algures para se poder romper com um partido mais pequeno...
A única esperança do PP é que, ao se aproximarem as eleições, a situação esteja indecisa. Afinal é o mais fraco, e os mais fracos saem sempre triturados em política.
Em política partidária, e sobretudo na portuguesa, a palavra lealdade não tem o menor sentido. Existem forças, existe o poder. Tudo vale. A única coisa certa que Santana fai fazer é conservar a tal faca longa guardada para ser brandida no momento mais oportuno. A tal faca que, em política, se espeta nas costas dos melhores amigos.
A mesma faca que o Ferro sentiu atravessada nas costas, brandida pelos seus grandes amigos, e sobretudo pelo amigo do peito: Sampaio. O mesmo Sampaio que vai visitar o Papa e que diz "estar atento". Uma espécie de presidente que chora.
E viva Portugal.
H.S.
Arquivos
- 11/03
- 03/04
- 04/04
- 05/04
- 06/04
- 07/04
- 08/04
- 09/04
- 10/04
- 11/04
- 12/04
- 01/05
- 02/05
- 03/05
- 04/05
- 05/05
- 06/05
- 07/05
- 08/05
- 09/05
- 10/05
- 11/05
- 12/05
- 01/06
- 02/06
- 03/06
- 04/06
- 05/06
- 06/06
- 07/06
- 08/06
- 09/06
- 10/06
- 11/06
- 12/06
- 01/07
- 02/07
- 03/07
- 04/07
- 05/07
- 06/07
- 07/07
- 09/07
- 10/07
- 11/07
- 12/07
- 01/08
- 02/08
- 03/08
- 04/08
- 05/08
- 06/08
- 07/08
- 09/08
- 10/08
- 12/08
- 01/09
- 02/09
- 03/09
- 04/09
- 07/09
- 11/09
- 02/10
- 03/10
- 03/11
- 04/11
- 05/11
- 06/11
- 09/12
- 05/13
- 06/13
- 07/13
- 08/13
- 09/13
- 10/13
- 11/13
- 12/13
- 01/14
- 02/14
- 03/14
- 04/14
- 05/14
- 06/14
- 07/14
- 09/14
- 01/15
- 05/15
- 09/15
- 10/15
- 03/16