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27.11.04

Maestros, chefes de naipe, empresários e Wagner 

Como se pode constatar na partitura original da Walküre de Wagner as exigências da orquestração estão escritas pelo punho do próprio Wagner, isto para se evitarem as chamadas poupanças de empresários pouco escrupulosos e de maestros manhosos.

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Repare-se na exigência de seis harpas, repare-se no paralelismo entre violas e cellos, 12, e entre os primeiros e segundos violinos, 16.

Thielemann desrespeitou Wagner e o que está escrito na partitura, no concerto do Coliseu. Talvez, à priori, a orquestra tivesse meios para suprir os desequilíbrios resultantes, talvez não. Utilizou um número menor de instrumentistas. De facto houve desequilíbrio. Note-se que nas partes dos cellos existe muito trabalho, a ideia da orquestração de 12 violoncelos é a mais eficaz. Note-se ainda que os segundos violinos devem manter o balanço com os primeiros.
As seis harpas, são indispensáveis no final do primeiro acto, duas harpas, pura e simplesmente não se ouvem. Wagner exige, nada mais nada menos, do que seis harpas. E assim se faça.
Espero que a orquestra Sinfónica Portuguesa consiga superar a sua congénere alemã, pelo menos no que diz respeito a uma interpretação digna das palavras de Wagner no que diz respeito à orquestração. Seis harpas não são quatro harpas, nem três, nem duas. São exactamente seis harpas. 16 segundos violinos e 12 violoncelos são números exactos, não são sequer passíveis de "talvez" ou "considerando" e blá blá blá do género. O palco do CCB é enorme e não há coro. Há espaço para toda a orquestra que Wagner exige. No próximo dia 10 de Dezembro, no CCB, só faltará espaço de tolerância para o desrespeito deliberado pela música e pelas intenções do compositor.

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