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11.10.04

Derrida 

Já se falou muito de Jacques Derrida. Agora que morreu os encómios são generalizados.
A dimensão de Derrida é enorme pelo que fez, pelo que escreveu, pela influência. Uma espécie de S. Tomás de Aquino. Mas há que não esquecer que o desconstrutivismo enquanto tal e despido de conhecimentos profundos quando aplicado às ciências exactas leva aos disparates ignorantes e ridículos de um Boaventura Sousa Santos que Alan Sokal tão bem demonstrou. Uma das citações de Sokal no seu célebre paper escrito no gozo e que entrou numa das mais respeitadas revistas de sociologia (Social Text) é precisamente o B. S. Santos a par de Derrida e muitos outros nomes seríssimos, ou não, das ciências sociais e exactas.
O desconstrutivismo aparente é afinal uma espécie de pseudo-cultura arrogante e pretensiosa, apenas o espelho de uma ignorância disfarçada de sabedoria que despreza a verdadeira fonte do conhecimento científico:
Um trabalho intelectual profundo e reflectido do Homem sobre o mundo. A relativização dos conceitos. Um trabalho enorme, doloroso mas estimulante e deslumbrante de apreensão prévia de conhecimentos que são património da humanidade.
O mesmo trabalho a que Derrida nunca se deu.

Uma relativização infundada, empírica, superficial, uma desconstrução que apenas arranha levemente a tinta do edifício científico é apenas empirismo aristotélico disfarçado pela ganga gongórica da terminologia sociológica. Li há muito pouco tempo uma antologia do desconstrutivismo em que um dos artigos era sobre a desconstrução do número "pi". A ignorância da autora era tão confrangedora que depois de citar Derrida umas vinte vezes apenas apetecia gritar ou rir à gargalhada... Derrida e a sua nefasta influência num meio de ignorantes que escrevem sobre ciência sem perceberem nada do assunto.

Derrida sim, mas com alicerces, com seriedade. Ou seja: Derrida não!

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