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3.8.04

Viagens e o lenço na cabeça 

Mais uma vez de regresso rápido a Lisboa.
Vim, outra vez, de um país muçulmano mas ma non tropo: a Tunísia. Constato coisas que para mim não têm pés nem cabeça: Mulheres vestidas da cabeça aos pés, muitas vezes de preto, na praia. Tomando banho integralmente vestidas. Mulheres com véu na cara, jovens, ao contrário das velhotas das Medinas que usam um lenço simbólico na cabeça, geralmente de tecido claro e muito aberto sobre a sua veste tradicional. Constato que esse costume do shador, ou lá como se chama, é agora muito mais difundido do que há uns anos atrás.
Finalmente reparo que as jovens que usam o lenço e andam tapadas da cabeça aos pés são, em geral, muitíssimo feias, muitas vezes disformemente gordas, e que as jovens mais elegantes e bonitas vestem normalmente. E não falo de moda ocidental, a roupa tradicional da Tunísia nos últimos duzentos anos nunca foi tapada, negra, foi sempre bastante aberta e liberal, em comparação com a Arábia Saudita, por exemplo.
Constato ainda uma clara discriminação das mulheres nos costumes sociais dos países muçulmanos. Homens ao banho, mulheres vestidas de preto a tomar conta dos filhos na areia. Mulheres não vão a cafés. Mulheres vestidas de preto e tapadas a caminhar atrás dos homens.
Homens no hotel ao pequeno almoço não se levantam, mulheres de lenço e de preto vão-lhes buscar a comida...
As outras, as que andam vestidas normalmente, felizmente a maioria, comportam-se de forma muito mais igualitária, mas...

Shador: símbolo de segregação, de escravatura, de discriminação? Creio bem que sim.

P.S. - Falta crítica a OSP no Festival do Estoril. Vamos fazer as receitas da Clara, que transformou este blogue num local de conselhos práticos. Quero mais receitas, Clara se fazes favor agora pões uma receita por semana, no mínimo. E continuarei a manter o blogue de forma algo intermitente neste momento de férias e viagens. Prometo críticas a festivais de Verão, nessa Europa, para o final de Agosto. Concertos aqui em Portugal, confesso que não me apetecem muito neste momento, ando pelos CD's com muita coisa para ouvir. E continua de pé um curso de Teoria do Som on-line associado a este blogue quando o tempo permitir.

Por outro lado a leitura de números atrasados do Público vê-se que Sampaio continua a fazer que faz fingindo que é. Voz grossa e poderes finos, o habitual deste presidente, mais um, um qualquer aliás, para a história trágica da política em Portugal. Uma ameaças vagas e vai de férias.


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