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8.8.04

Um "tal Rui A" 

Nunca foi minha intenção ofender com a designação "um tal Rui A" um Rui A, que assim assina e que não conheço de outro lugar ou de outro apelido e que não posso designar de outra forma. O "tal" deve-se precisamente ao desconhecimento que tenho de sua excelsa e muito auto-estimada pessoa e ao apelido A, que creio ser uma abreviatura. Devem existir muitos "AA" e assim surge "o tal Rui A" o "tal" que escreve no Blasfémias. Precisamente aquele e não outro dos múltiplos "AA" que povoam o mundo. O "tal" como designativo que pretende precisar o desconhecimento do apelido "A", nunca por familiaridade trataria alguém por "tal". Aliás nunca tratei qualquer ente próximo por "tal", coisa que o Rui A do Blasfémias acha que é o aconselhado.
Se Rui A se ofende com a designação "tal" creio que é demasiado susceptível e que o que lhe desagradou foi ver a sua opinião, e enfatizo a palavra, "opinião" contrariada de forma crítica por alguém que se assume claramente do mesmo espectro político mas não liberal.
Mas não discuto, sou magnânimo, se não gosta do "tal" eu retiro o mesmo e peço-lhe desculpas públicas.

Com respeito à crítica a escritos públicos não lhe posso fazer a mesma promessa. Panfletarismos públicos sujeitam-se a críticas públicas senão passariam por verdades insofismáveis. E peço-lhe que perceba, sem se exaltar, que a crítica se faz aos textos e não às pessoas. Mesmo quando se fala de arruaça, de alarvidade, de taberna, estamos a falar de conceitos com identificação sociológica e não das pessoas.

Quem escreve publicamente sujeita-se ao escrutínio público eu mas também os outros, nada do que escrevi foi ofensivo ou desagradável para Rui A como pessoa que não conheço e creio ser estimável e cordato. Disse no meu post que o poeta Pessoa era grande poeta mas que também escreveu imbecilidades, nomeadamente em termos políticos e sociais. Como qualquer um de nós já disse disparates quando falamos do que não sabemos, como o Rui A do Blasfémias certamente disse, errare humanun est! Afirmei ainda, metaforicamente, que apesar de Pessoa ser um génio poético o que ele escreve sobre outros assuntos não pode ser visto como um texto sagrado.

Apesar do que diz João Miranda, o liberal à portuguesa não é um descendente dos burgueses ingleses e, por mim, continuo a preferir os tories.

Os melhores cumprimentos

Henrique Silveira

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