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11.8.04

O défice não acarreta aumento de impostos no futuro 

O défice pode não acarretar aumento de impostos no futuro. Crescimento 1,5%. Inflacção 2,5%. Taxa de juro 3,5%. Défice inicial 0.5% do PIB. Dívida pública acumulada no início 55% do PIB + défice. Crescimento das despesas correntes do estado 3,75%, ou seja bem acima da inflação. Estado cresce menos que a economia + inflação. Como matemático, não como economista, interessa-me o montante global dos passivos do estado, ou seja défice mais dívida.



Repare-se que a dívida face ao PIB não cresce. O esforço das gerações futuras, em termos de impostos, para pagar a mesma dívida será o mesmo que hoje. Quando a carga fiscal diminuir, o que se consegue com uma aceleração maior do crescimento e se atingir uma situação fiscal não asfixiante, sobra espaço para se retirarem dinheiros das despesas correntes para amortizar a dívida pública.


O factor determinante em todo este raciocínio, é a diferença de crescimento da economia e o factor de crescimento do estado. Esta margem tem de ser melhorada no futuro. O défice é utilizado para acelerar a economia através da baixa de impostos. Baixar os impostos é a melhor forma da economia crescer depressa, veja-se a Irlanda. No exemplo acima a carga Fiscal desceu 1% em 10 anos.
Este método de acelerar a economia é eficaz? Mais eficaz que défice zero? Repare-se que o crescimento mais inflação ficou sempre em 4. Num caso real eu espero um aumento do crescimento equivalente a metade da carga fiscal eliminada o que aceleraria tremendamente o fenómeno, como se vê na tabela seguinte.

Provem-me que com défice zero a economia cresce mais e eu aceito. Mas o facto básico: Défice acarreta aumento de impostos é falso. Depende dos pressupostos. São os tais simplismos em que quem pensa sobre os assuntos duvida. E a matemática é realmente a única forma de se verificar se os raciocínios são ou não correctos. É a ferramenta da ciência, quem o nega não conseguiu passar do aristotelismo.


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