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16.8.04

Últimas despedidas 

Desta cidade tolerável, apenas, pelos amigos que ainda por cá penam. Janto na Casanova, à beira-rio, um carpaccio com ruccola, parmesão, um vinho branco espumoso, um gelado gianduiotti.
E a conversa é demolidora: a cidade fantasma que Lisboa é em Agosto, a falta de oferta cultural, a tacanhez de uma cidade periférica, sem sombra de mudança na nossa vida útil, a crise do petróleo, a apatia do novo governo.
Já pouco sobra. Ao menos há 50 anos, não comíamos carpaccio em frente ao rio, poucos saiam de Portugal, não nos entorpecíamos com consumo, existiam famílias que desfiavam as roupas de filho para filho, mulheres que ficavam em casa, filhos que tinham a certeza de um dia terem um emprego. Riqueza é riqueza, liberdade é liberdade, nada disso é felicidade.
Depois saímos dali antegozando as férias que nos esperam, embarcando a sorrir no individualismo extremo dos tempos: uns em direcção à ilhas, outros rumo ao Périgord.
Depois vos digo se vi cachalotes e vacas a refrescar na praia. Até Setembro!
clara



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