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2.6.04

Gulbenkian 2004-2005 

A Fundação Gulbenkian anuncia o programa 2004-2005.
Ver no site da Gulbenkian.

A primeira análise, já um pouco a frio é que se trata da pior programação de sempre em termos de música antiga e barroca. Inacreditável para quem conheceu a tradição da Gulbenkian nesta área. Será que há mesmo muito pouco dinheiro? Um desastre total em número de concertos que nem sequer é compensada por Jordi Savall, por René Jacobs, por William Christie (este metido à pressão nas orquestras mundiais para reforçar também um fraco programa) ou pelo ensemble Micrologus. Quatro concertos com nomes sonantes mais o ensemble barroco do Chiado. Dois concertos de música antiga e três de música barroca, se contarmos com William Christie. A machadada final, depois dos concertos Portugal Telecom acabarem é vez da música antiga quase desaparecer da Gulbenkian. Bola preta.

Bola preta para a alegria privada do Corboz outra vez, e desta feita com solistas de alto nível, num arraso de obras de Bach.
Se estes solistas fossem aproveitados para fazer um concerto de Bach sério? Com um ensemble barroco em instrumentos originais? Ou mesmo se se mudasse apenas o maestro para um capaz em música barroca? Lembro que o Hogwood conseguia tirar sonoridades muito idiomáticas da orquestra Gulbenkian, o que nunca foi o caso de Corboz. Na situação prevista Prégardien, Maria Christina Kiehr, Ann Murray e Peter Harvey são o exemplo de dinheiro deitado à rua para que um fóssil interpretativo e uma orquestra sem qualquer idiomática barroca cumpram uma tradição que não tem sentido: música de Bach por Corboz antes de uma solenidade qualquer, neste caso Natal... Costumava ser também na Páscoa mas felizmente escapámos ao massacre dos cordeiros! Em 2005 não haverá o habitual sacrifício ritual da música de uma das Paixões de Bach pelo mesmo intérprete. Hossana! Hossana! Alvíssaras: o Menino chegou! A falta de dinheiro tem estas, muito poucas, consolações.

Henrique Silveira

P.S. Mais comentários sobre temporada Gulbenkian se seguirão.

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