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20.5.04

Porque não alinho em "Óperas para o Povo"? 

Pela mesma razão porque não alinho em futebóis.
Duvido muito de conceitos como "ópera para o povo", com elencos remediados, orquestras de qualidade duvidosa, maestros ... (digo, não digo?), encenações pouco trabalhadas, pouco pensadas, cenografias pobres, tudo reunido à pressa poucos dias antes do evento. Pelas mesmas razões não acredito em quartetos reunidos para fazer um concerto. Não acredito em agrupamentos, como a Capela Real, que fazem meia dúzia de ensaios (desculpem, perdão: dois ou três com sorte) se alguém paga um concerto e tocam para onde estão virados. Isto com os músicos que estão disponíveis no dia do concerto.
O povo merece mais do que "óperas para o povo" à portuguesa, "concertos para o povo" à lusitana, "quartetos para o povo" à moda de Rio Maior e mais outras porcarias do género que para quem é bacalhau basta!
Não vou mas não tenho raiva a quem vai. Tal como me estou nas tintas para os futebóis, desde que não me aborreçam com as buzinadelas...
Mas os futebóis, mesmo o nosso manhoso futebol de trazer por casa, têm uma diferença: muito mais treinos, muito mais trabalho de base. O povo não é parvo e percebe a diferença.

Espero que percam todos. Espero que um dia o trabalho sério acabe com esta "arte de furtar" que, há quem o diga, já foi teorizada pelo bom padre António Vieira...

Henrique Silveira

P.S. Em vez de "ópera para o povo" prefiro dar umas boas gargalhadas com os "erros para o povo" de um texto pedante, prolixo e recursivo. Wagner nunca parodiou Beckmesser, Wagner parodiou Hanslick, o célebre e azedo crítico, amigo de Brahms, criando o personagem Beckmesser. Um texto digno da pena do único crítico do mundo que consegue criticar enquanto dorme, feito notável.

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