21.5.04
O pulso da auto-estima
57- Ama apenas o que te sucede, o que forma a trama da tua vida. Que haverá que mais te convenha?
58-… Aplica somente a tua atenção e vontade em merecer a tua própria estima (Marco Aurélio, Pensamentos para mim próprio, Livro VII)
Resultados da sondagem:
O que mais desgosta os portugueses é o atraso económico e que os processos da justiça não cheguem ao fim e, correpondentemente, o que mais desejam:
- 65%: a recuperação económica
- 15%: conclusão do caso Casa Pia
- 13% vitória do Euro 2004
Os heróis nacionais: Camões, Amália, Figo.
Parece que orgulho de ser português não falta a mais de metade dos portugueses, mas 51% considera que temos pouca auto-estima. Por isso, o problema é ao nível da percepção da auto-estima.
Resumo das participações femininas: Clara Ferreira Alves (CFA) e Inês Pedrosa (IP), já que não cheguei a horas de ouvir Vasco Pulido Valente.
CFA: Para retomar uma frase de Eduardo Lourenço: ”Os portugueses oscilam permanentemente entre dois polos e ao fazê-lo afastam-se da realidade”, diria que os portugueses oscilam entre a megalomania e a depressão, que tão depressa acham a nossa cultura a melhor do mundo, como caem na reles complacência.
Durante 13 anos, este país viveu uma guerra colonial e travou-a com coragem, não vou discutir os resultados. Certo é que apagámos a guerra colonial da memória. Os americanos não esquecem as suas guerras.
Viajei há pouco tempo até Dublin que ao pé de Lisboa ou Porto me pareceu provinciano e até à Bélgica, país culto, civilizado, que com todos os problemas de identidade nacional e de pedofilia e uma costa de 65 Km (quando Portugal tem 800km) e sem uma história trágico-marítima comparável, investiu agora 1 milhão de euros para semear poesia nessas estâncias balneárias frequentadas por Stephen Zweig e John le Carré. O mote era escrever poesia na areia e no mar e gravaram-se palavras de Joyce, Brel, Brodsky, e a Ode Marítima de Pessoa. É preciso tratar mais dos portugueses e menos da imagem exterior e criarmos uma classe média educada e culta que sustente as atribulações do poder. É preciso atalharmos o fosso entre ricos e pobres e a invisibilidade das mulheres em Portugal: essa lista dos heróis nacionais, só faz referência à Amália, não estão presentes uma Sophya, Natália Correia ou uma Vieira da Silva.
I.P- A propósito da intervenção de Vasco Pulido Valente comentou: Quanto mais futuramos negativamente, mais a realidade nos confirmará e mais inteligentes pareceremos. Porque as coisas negras sempre se passarão, apenas não se sabiam e hoje sabem-se. Todos os dias de manhã digo “obrigada à vida por não ter nascido num país árabe”(palmas da assistência). E também não queria ter nascido em Espanha, onde vejo o problema da identidade nacional e do terrorismo. “Na minha língua vê-se o mar” como dizia Pessoa e se o Brasil pôs calor na nossa língua, a África não tem recebido a estima que nos merecia, como já disse a CFA.
O medo atávico e o espírito de desespero criam as ditaduras e impedem-nos de crescer. Reparo isso nos hospitais, pessoas que não se queixam por medo de poderem ser maltratadas em represália.
Gastamos mais tempo a pensar naquilo que não conseguimos fazer do que naquilo que conseguimos fazer. Já conseguimos fazer muito, se pensarmos em como este país foi miserável e deu um salto extraordinário do ensino elitista para um ensino maciço, através de uma revolução pacífica, tranquila e linda.
Clara
58-… Aplica somente a tua atenção e vontade em merecer a tua própria estima (Marco Aurélio, Pensamentos para mim próprio, Livro VII)
Resultados da sondagem:
O que mais desgosta os portugueses é o atraso económico e que os processos da justiça não cheguem ao fim e, correpondentemente, o que mais desejam:
- 65%: a recuperação económica
- 15%: conclusão do caso Casa Pia
- 13% vitória do Euro 2004
Os heróis nacionais: Camões, Amália, Figo.
Parece que orgulho de ser português não falta a mais de metade dos portugueses, mas 51% considera que temos pouca auto-estima. Por isso, o problema é ao nível da percepção da auto-estima.
Resumo das participações femininas: Clara Ferreira Alves (CFA) e Inês Pedrosa (IP), já que não cheguei a horas de ouvir Vasco Pulido Valente.
CFA: Para retomar uma frase de Eduardo Lourenço: ”Os portugueses oscilam permanentemente entre dois polos e ao fazê-lo afastam-se da realidade”, diria que os portugueses oscilam entre a megalomania e a depressão, que tão depressa acham a nossa cultura a melhor do mundo, como caem na reles complacência.
Durante 13 anos, este país viveu uma guerra colonial e travou-a com coragem, não vou discutir os resultados. Certo é que apagámos a guerra colonial da memória. Os americanos não esquecem as suas guerras.
Viajei há pouco tempo até Dublin que ao pé de Lisboa ou Porto me pareceu provinciano e até à Bélgica, país culto, civilizado, que com todos os problemas de identidade nacional e de pedofilia e uma costa de 65 Km (quando Portugal tem 800km) e sem uma história trágico-marítima comparável, investiu agora 1 milhão de euros para semear poesia nessas estâncias balneárias frequentadas por Stephen Zweig e John le Carré. O mote era escrever poesia na areia e no mar e gravaram-se palavras de Joyce, Brel, Brodsky, e a Ode Marítima de Pessoa. É preciso tratar mais dos portugueses e menos da imagem exterior e criarmos uma classe média educada e culta que sustente as atribulações do poder. É preciso atalharmos o fosso entre ricos e pobres e a invisibilidade das mulheres em Portugal: essa lista dos heróis nacionais, só faz referência à Amália, não estão presentes uma Sophya, Natália Correia ou uma Vieira da Silva.
I.P- A propósito da intervenção de Vasco Pulido Valente comentou: Quanto mais futuramos negativamente, mais a realidade nos confirmará e mais inteligentes pareceremos. Porque as coisas negras sempre se passarão, apenas não se sabiam e hoje sabem-se. Todos os dias de manhã digo “obrigada à vida por não ter nascido num país árabe”(palmas da assistência). E também não queria ter nascido em Espanha, onde vejo o problema da identidade nacional e do terrorismo. “Na minha língua vê-se o mar” como dizia Pessoa e se o Brasil pôs calor na nossa língua, a África não tem recebido a estima que nos merecia, como já disse a CFA.
O medo atávico e o espírito de desespero criam as ditaduras e impedem-nos de crescer. Reparo isso nos hospitais, pessoas que não se queixam por medo de poderem ser maltratadas em represália.
Gastamos mais tempo a pensar naquilo que não conseguimos fazer do que naquilo que conseguimos fazer. Já conseguimos fazer muito, se pensarmos em como este país foi miserável e deu um salto extraordinário do ensino elitista para um ensino maciço, através de uma revolução pacífica, tranquila e linda.
Clara
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