24.5.04
Últimos concertos - breves referências - O violino do concertino da Gulbenkian
Richard Goode, piano, Terça, 11 Mai 2004, 19:00 - Grande Auditório. Ludwig van Beethoven, Seis Bagatelas, op.126. Franz Schubert, Sonata Nº18, em Lá menor, D.845. Robert Schumann, Davidsbündlertänze, op.6. Numa sala obscura Richard Goode foi brilhante, senhor de um fraseado e de um domínio do teclado quase perfeito acabou por nos dar bagatelas de Beethoven de uma suavidade sem precedentes, uma sonata de Schubert onírica e um Schumann de uma grande intensidade emocional, mas de uma contenção sonora notável. Concerto para 17 valores.
Na Sexta, 14 Mai 2004, 19:00 - Grande Auditório, Claudio Scimone dirigiu a Orquestra Gulbenkian. Domenico Cimarosa, Abertura da ópera Il Matrimonio Secreto, Muzio Clementi Sinfonia Nº 1, em Dó Maior, Wo32. Giacomo Puccini, Prelúdio Sinfónico. Gioacchino Rossini, Abertura da ópera Maometto II. Arrigo Boito, Sinfonia em Lá Maior.
Um programa italiano dirigido pelo "velho" titular da Gulbenkian e agora "maestro honorário". Um homem divertido mas pouco preciso, já algo fora de prazo em termos interpretativos e em domínio da orquestra. Um programa, desconhecido por mim, abominável, escapou o Cimarrosa e o Rossini, o resto foi de fugir. Um exercício paupérrimo de um estudante de nome Puccini, uma sinfonia banalíssima do mais aborrecido autor de peças para piano e que afastou gerações de bons músicos do instrumento: Clementi. Scimone não foi clemente e aplicou-nos ainda com uma sinfonia de uma banalidade extrema de Boito, creio que a escreveu para a Banda da Carris. Escapou ainda o Rossini, mas muito mal tocado, sem energia. Um concerto desgastante pela monotonia e pela falta de qualidade musical, quer da orquestra, quer do maestro, quer das obras. Concerto para 8 valores.
Passei a charopada das valsas pelo pianista Lortie, se algum dos colaboradores deste blogue lá esteve as críticas são bem vindas... Nesse dia fui ao concerto do Divino Sospiro que não critico porque estive envolvido no mesmo. Jantámos com o Massimo Mazzeo e o Enrico Onofri depois do concerto e guardei uma frases muito belas do maestro e violinista que usarei um dia. Único comentário: foi a primeira vez que ouvi uma orquestra portuguesa de instrumentos originais com um som coerente e mais não digo.
Depois veio o Vengerov no violino: Quinta, 20 Mai 2004, 21:00 - Grande Auditório, Orquestra Gulbenkian, Cristian Mandeal (maestro). Georges Enesco, Intermezzo, op.12. Benjamin Britten, Concerto Nº 2, para Violino e Orquestra, op.15. Franz Schubert, Abertura Alfonso und Estrella, Sinfonia Nº 6, em Dó Maior, D.589.
O violinista, menos exuberante do que no concerto com piano, mostrou mais cuidados neste concerto de Britten do que anteriormente com Bach e Brahms. Tocou com sentimento mas com muita exuberância géstica. De repente a catástrofe, um corda partida, creio que a segunda, a corda do ré, mas não estou certo. Pede violino ao concertino auxiliar, que nem o Rowlands nem o Bin Chao lá estavam. E inacreditável, quando mete o arco para dar um acorde de quatro cordas ouve-se a desafinação inenarrável do violino do concertino! Que vergonha, meteu dó. É este o profissionalismo do rapaz que figura na primeira estante, será que tem algum esquema estranho para afinar o violino com cordas scordatas? Algum segredo dos violinistas da Transcaucásia? Depois disto Gareguine Arouthounian ainda destrona Devries do lugar de lanterna vermelha dos concertinos em Portugal...
O extra foi uma peça que nem sequer devia ser considerada música: a meditação de Thaïs da ópera de Massenet, parece que o Vengerov toca a obra sempre que pode. O mau gosto é algo do qual é difícil de se livrar. A sinfonia de Schubert a terminar o concerto foi muito mediana em termos interpretativos. Concerto para média de 12. Vengerov com 15 valores, o concertino a ser chumbado com nota 0 que é quem leva quando nem sequer se sabe afinar o instrumento. Os metais estiveram mais uma vez imprecisos nas entradas.
Henrique Silveira
Na Sexta, 14 Mai 2004, 19:00 - Grande Auditório, Claudio Scimone dirigiu a Orquestra Gulbenkian. Domenico Cimarosa, Abertura da ópera Il Matrimonio Secreto, Muzio Clementi Sinfonia Nº 1, em Dó Maior, Wo32. Giacomo Puccini, Prelúdio Sinfónico. Gioacchino Rossini, Abertura da ópera Maometto II. Arrigo Boito, Sinfonia em Lá Maior.
Um programa italiano dirigido pelo "velho" titular da Gulbenkian e agora "maestro honorário". Um homem divertido mas pouco preciso, já algo fora de prazo em termos interpretativos e em domínio da orquestra. Um programa, desconhecido por mim, abominável, escapou o Cimarrosa e o Rossini, o resto foi de fugir. Um exercício paupérrimo de um estudante de nome Puccini, uma sinfonia banalíssima do mais aborrecido autor de peças para piano e que afastou gerações de bons músicos do instrumento: Clementi. Scimone não foi clemente e aplicou-nos ainda com uma sinfonia de uma banalidade extrema de Boito, creio que a escreveu para a Banda da Carris. Escapou ainda o Rossini, mas muito mal tocado, sem energia. Um concerto desgastante pela monotonia e pela falta de qualidade musical, quer da orquestra, quer do maestro, quer das obras. Concerto para 8 valores.
Passei a charopada das valsas pelo pianista Lortie, se algum dos colaboradores deste blogue lá esteve as críticas são bem vindas... Nesse dia fui ao concerto do Divino Sospiro que não critico porque estive envolvido no mesmo. Jantámos com o Massimo Mazzeo e o Enrico Onofri depois do concerto e guardei uma frases muito belas do maestro e violinista que usarei um dia. Único comentário: foi a primeira vez que ouvi uma orquestra portuguesa de instrumentos originais com um som coerente e mais não digo.
Depois veio o Vengerov no violino: Quinta, 20 Mai 2004, 21:00 - Grande Auditório, Orquestra Gulbenkian, Cristian Mandeal (maestro). Georges Enesco, Intermezzo, op.12. Benjamin Britten, Concerto Nº 2, para Violino e Orquestra, op.15. Franz Schubert, Abertura Alfonso und Estrella, Sinfonia Nº 6, em Dó Maior, D.589.
O violinista, menos exuberante do que no concerto com piano, mostrou mais cuidados neste concerto de Britten do que anteriormente com Bach e Brahms. Tocou com sentimento mas com muita exuberância géstica. De repente a catástrofe, um corda partida, creio que a segunda, a corda do ré, mas não estou certo. Pede violino ao concertino auxiliar, que nem o Rowlands nem o Bin Chao lá estavam. E inacreditável, quando mete o arco para dar um acorde de quatro cordas ouve-se a desafinação inenarrável do violino do concertino! Que vergonha, meteu dó. É este o profissionalismo do rapaz que figura na primeira estante, será que tem algum esquema estranho para afinar o violino com cordas scordatas? Algum segredo dos violinistas da Transcaucásia? Depois disto Gareguine Arouthounian ainda destrona Devries do lugar de lanterna vermelha dos concertinos em Portugal...
O extra foi uma peça que nem sequer devia ser considerada música: a meditação de Thaïs da ópera de Massenet, parece que o Vengerov toca a obra sempre que pode. O mau gosto é algo do qual é difícil de se livrar. A sinfonia de Schubert a terminar o concerto foi muito mediana em termos interpretativos. Concerto para média de 12. Vengerov com 15 valores, o concertino a ser chumbado com nota 0 que é quem leva quando nem sequer se sabe afinar o instrumento. Os metais estiveram mais uma vez imprecisos nas entradas.
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