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10.5.04

E não se pode exterminá-las? 

O Concerto de sexta feira passada na Gulbenkian foi arruinado, mais uma vez, pelo naipe das trompas: a sinfonia nº 8 de Schubert foi "um ver se te avias" de entradas pouco limpas, de notas a fugir. O final do D. João de Richard Strauss foi uma desgraça por parte de toda a orquestra: os acordes finais que deveriam ter saído com uma exactidão perfeita, com a orquestra toda em fusão, tiveram o condão de deixar ouvir em sucessão todos os instrumentos desfasados, o destaque na barbárie vai para os sopros com as citadas trompas à cabeça. Arrepiante.
Os senhores das trompas foram razoáveis nas partes mais exigentes em termos técnicos, o que prova de que até seriam capazes de tocar música em geral. Impossíveis em tudo resto, afinação incluída. Deviam passar menos tempo a limpar a saliva do interior dos instrumentos e preocuparem-se mais em tocar concentradinhos, afinadinhos e, já agora, em estudar um pouco melhor aquilo que parece fácil...
Este naipe já aqui foi citado como estando a destruir de forma enfática e sistemática toda a tentativa de interpretar seriamente qualquer obra. Se fosse só um azar num concerto ainda escapava, mas é em todos, não é possível ter um naipe que não passa dos nove valores numa orquestra que se quer de qualidade! Começo a pensar que este é um caso perdido de desconcentração, de desatenção, de desrespeito pela música, pelos maestros, compositores e público.

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