17.4.04
Uma sucessão de prazeres culminando com o Remix
Ao contrário do que alguns amigos me dizem eu não adoro dizer mal, arrasar, criticar de forma violenta e pouco construtiva, para mim o essencial é seriedade, o prazer da música, quando vejo e ouço que algo é excelente, bom, médio, medíocre ou péssimo digo-o da mesma forma, descomprometida e descomplexada. O meu maior prazer é dizer que algo correu bem, que se obteve uma fruição e recepção de um conceito musical com sucesso, que houve empenho, trabalho, que mesmo com erros, mesmo com pequenos defeitos houve música! Mas quando nem sequer houve pequenos erros? Então fico realmente feliz.
Curiosamente as últimas semanas têm sido um manancial de pequenos e grandes prazeres musicais.
Começou com Leonskajia na Gulbenkian, um recital de grande qualidade, aliás habitual nesta pianista. Um recital sem direito a críticas nos jornais. Onde andaria A. M. Seabra?
A paixão de Bach já foi comentada, mas acabou por ser agradável, nota onze, pela música de Bach e alguns momentos bons.
O concerto dos Sixteen foi um prazer inolvidável.
A ópera de Feldman uma excelente surpresa pelo bom trabalho da orquestra, cantora e maestro.
Ontem o subir da montanha revelou um Remix ensemble perfeito, nem um cabelo a apontar, o que me deixou realmente satisfeito, a prova que em Portugal se consegue um trabalho sério, perfeito, de qualidade global e não apenas local:
Concerto no Salão Nobre do Teatro Nacional de S. Carlos 16 Abril de 2004 às 18:00h.
Morton Feldman
The Viola in my Life I para viola e ensemble
The Viola in my Life II para viola e ensemble
The Viola in my Life III para viola e piano
John Adams
Chamber Symphony
Viola
Christophe Desjardins
Direcção musical
Jürjen Hempel
Um violetista irrepreensível, brilhante mesmo, com uma sonoridade muito bela, bem conhecido aliás, uma direcção exacta e sobretudo um conjunto de músicos notáveis, ensaiados, afinados, excelentes em conjunto que deram uma interpretação verdadeira empolgante de John Adams, o que contrastou com o soporífero Feldman.
Um concerto a coroar umas três semanas de prazeres musicais e vem aí a Festa da Música...
Nota - Soporífero não é pejorativo, pode-se ser suporífero e bom. Quem consegue dormir ao ouvir umas marteladas na obra da casa do vizinho?
Feldman é tão soporífero que durante a ópera Neither parece que alguns músicos se deixam dormir, tendo o maestro vários cordéis na estante de regência ligados aos polegares dos dedos dos pés dos músicos para os acordar um pouco antes das entradas, um violoncelista chegou mesmo a adormecer enquanto dava uma arcada de uma nota que se arrastava há quarenta compassos! E continuou a tocar, aliás de forma excelente, enquanto ressonava até lhe ter sido puxado o cordel...Mas Feldman tem boa música apesar desse efeito anti-insónia.
Curiosamente as últimas semanas têm sido um manancial de pequenos e grandes prazeres musicais.
Começou com Leonskajia na Gulbenkian, um recital de grande qualidade, aliás habitual nesta pianista. Um recital sem direito a críticas nos jornais. Onde andaria A. M. Seabra?
A paixão de Bach já foi comentada, mas acabou por ser agradável, nota onze, pela música de Bach e alguns momentos bons.
O concerto dos Sixteen foi um prazer inolvidável.
A ópera de Feldman uma excelente surpresa pelo bom trabalho da orquestra, cantora e maestro.
Ontem o subir da montanha revelou um Remix ensemble perfeito, nem um cabelo a apontar, o que me deixou realmente satisfeito, a prova que em Portugal se consegue um trabalho sério, perfeito, de qualidade global e não apenas local:
Concerto no Salão Nobre do Teatro Nacional de S. Carlos 16 Abril de 2004 às 18:00h.
Morton Feldman
The Viola in my Life I para viola e ensemble
The Viola in my Life II para viola e ensemble
The Viola in my Life III para viola e piano
John Adams
Chamber Symphony
Viola
Christophe Desjardins
Direcção musical
Jürjen Hempel
Um violetista irrepreensível, brilhante mesmo, com uma sonoridade muito bela, bem conhecido aliás, uma direcção exacta e sobretudo um conjunto de músicos notáveis, ensaiados, afinados, excelentes em conjunto que deram uma interpretação verdadeira empolgante de John Adams, o que contrastou com o soporífero Feldman.
Um concerto a coroar umas três semanas de prazeres musicais e vem aí a Festa da Música...
Nota - Soporífero não é pejorativo, pode-se ser suporífero e bom. Quem consegue dormir ao ouvir umas marteladas na obra da casa do vizinho?
Feldman é tão soporífero que durante a ópera Neither parece que alguns músicos se deixam dormir, tendo o maestro vários cordéis na estante de regência ligados aos polegares dos dedos dos pés dos músicos para os acordar um pouco antes das entradas, um violoncelista chegou mesmo a adormecer enquanto dava uma arcada de uma nota que se arrastava há quarenta compassos! E continuou a tocar, aliás de forma excelente, enquanto ressonava até lhe ter sido puxado o cordel...Mas Feldman tem boa música apesar desse efeito anti-insónia.
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