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21.4.04

As famílias felizes 

Partilho com o Pedro Lomba a obsessão das famílias. E subscrevo as palavras de Filomena Mónica: as famílias felizes são um mito. Às vezes, basta um olhar para compreender uma data de coisas: se têm de que falar, se implicam, se controlam, se descolam, se refreiam ou esperneiam, se resta amizade, respeito, se há egoísmo ou sacrifício, quem mais sacrificou, quem mais ama. O banal. O fora do normal são famílias a exteriorizar o afecto ( Registo que esta semana o prof Marcelo foi classificado pela filha como um pai afectivo e preocupado com os outros, o melhor cartão de visita caso planeie regressar à política). Regalo-me quando uma adolescente poisa a cabeça no ombro do pai e refugio-me nas ondas hertzianas que se desprendem de serões e comensais de famílias felizes.
Analiso um extracto de famílias felizes: desprendimento material. Está lá sempre. Iguais no tempo de partilhas, perante parentes pobre ou ricos. Silêncios e, à vez, sacrifícios individuais para que reine a harmonia do grupo. Também. Alegria e muita converseta. Todos a mexerem-se e a torcerem e a festejarem pela causa de um. Só não sei em que porções é que tudo isto se mistura. Porque as famílias felizes fazem tudo isto com a naturalidade de quem descasca uma laranja e a seguir saboreia sem culpa os gomos doces ou de quem nos presenteia com um banquete mas nos poupa os preparativos.



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