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27.4.14

Chloe 


Realizado por Atom Egoyan, Chloe é um filme sobre as relações humanas. Os medos, inseguranças que cercam um casal de meia-idade num confronto entre dois grandes actores, Liam Neeson e Julianne Moore. É ela que tem o melhor desempenho, num papel credível e consistente.

Chloe é Amanda Seyfried que protagoniza o elemento principal desta trama. Um registo completamente diferente daquele que assistimos em Mamma Mia. 

Adivinhava-se um thriller psicológico, porém, à medida que a câmara vai avançando, o efeito desejado vai-se perdendo. Apesar de Egoyan nos oferecer planos muito bem filmados, subtis, criando alguns momentos de tensão e suspense, não consegue ir mais além. 

Julianne Moore é sem dúvida o elemento mais forte nesta narrativa, salvando o filme do fracasso total.




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20.4.14

My Week With Marilyn 

Colin Clark, é um jovem assistente de produção que colaborou no filme The Prince and the Showgirl com Marilyn Monroe (Michelle Williams) e Sir Laurence Olivier (Kenneth Branagh). Monroe encontrava-se nesta época em lua-de-mel com seu novo marido, o dramaturgo Arthur Miller. Quase 40 anos mais tarde, Clark publica o diário de Miller, intitulado The Prince, The Showgirl and Me, no entanto havia uma lacuna nesta obra. Havia um hiato de uma semana que não constava. Essa semana foi publicada, mais tarde, também por Clark, com o título My Week With Marilyn.

Realizado por Simon Curtis, My Week with Marilyn é um filme mediano, longe de alcançar a verdadeira beleza de Marilyn Monroe. 

Michelle Williams assume uma candura na contrução do personagem, no entanto com falhas impressionantes. Michelle Williams é demasiado perfeita. Um rosto imaculado, desvirtuando a verdadeira essência de Marilyn Monroe. A sua ingenuidade, inseguranças, fragilidades são demasiado forçadas e mal exploradas por Williams que é demasiado artificial na sua abordagem. Pelo contrário, Judi Dench no papel de Dame Sybil Thorndike e Kenneth Branagh como Sir Laurence Olivier presenteiam-nos com duas interpretações excepcionais.

Marilyn Monroe merecia mais!



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12.4.14

The Walking Dead 

Quando se trata de cinema ou de televisão rejeito de imediato um argumento que envolva mortos-vivos, zombies e afins. Não é um género de ficção que aprecie, no entanto um amigo convenceu-me que a série The Walking Dead era obrigatória. 

E estava certo! Confesso que nos dois primeiros episódios não consegui alhear-me dos mortos-vivos (walkers). A partir do terceiro, esse "pormenor" deixou de ter importância. Esta é uma série sobre a dimensão humana.

The Walking Dead retrata a história de um pequeno grupo de sobreviventes que se vê confrontado com uma praga de mortos-vivos que invadiu o planeta. A acção desenrola-se nos arredores de Atlanta e, mais tarde, no norte da Georgia.

A primeira e segunda Temporadas funcionam como uma espécie de transição, na medida em que se começam a criar laços com os personagens e com os seus dramas pessoais. A partir daqui, o espectador pode esperar tudo.

O grande mérito desta série reside na forma como explora o comportamento humano numa luta titânica pela sobrevivência. Onde estão afinal os nossos limites?

O espectador é confrontado com inúmeras questões éticas e morais. Não mergulhei nesta série mais cedo, como referi, por não gostar desta temática, mas, a partir de um certo ponto abstraímo-nos por completo dos mortos-vivos... não são eles seguramente a maior ameaça!

Recomendo vivamente!




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5.4.14

Hannah Arendt 

Hannah Arendt (Barbara Sukowa), filósofa política alemã de origem judaica é convidada pelo jornal The New Yorker para fazer a cobertura do julgamento do nazi Adolf Eichmann. A reportagem gera grande polémica, na medida em que Arendt tenta desmistificar a ideia que nem todos os que cometeram crimes de guerra deveriam ser julgados da mesma forma. Alguns desses homens, segundo Arendt, não eram agentes pensantes e por essa razão limitavam-se a cumprir ordens. Arendt acrescenta ainda um dado novo que irá causar revolta no seio da comunidade judaica quando afirma que alguns judeus não estavam isentos de culpa, uma vez que colaboraram, juntamente com os alemães, na exterminação do povo judeu.

Todos nós conhecemos a História e confesso que a figura de Hannah Arendt me provocou sentimentos contraditórios. Se, por um lado, reconhecemos em Arendt predicados como sejam a inteligência, coragem, tenacidade, por outro sentimos nela uma certa arrogância e houve momentos em que a olhamos como alguém desprovida de afectos. Evito ao máximo fazer julgamentos de valor, mas acho que pela importância do tema torna-se inevitável. 

Mas este é um filme demasiado complexo para ser analisado em breves linhas... continuo a pensar nele e nas questões que levanta. Não é de todo linear. Não estamos perante uma dialéctica entre bons e maus. Será que Arendt alguma vez se considerou judia? É um facto que não consigo esquecer a sua posição em relação aos seus (seriam assim tão seus?). Está em causa o maior genocídio da História, o que me incapacita, limita, impossibilita de ter uma abordagem racional, tanto em relação à temática como à forma como ela é retratada. 

O pensamento ou a falta dele justifica as nossas acções? Um caminho demasiado perigoso e por isso tão assustador. 

Estas são apenas algumas reflexões, inquietações que o filme me provocou. Uma interpretação extraordinária de Barbara Sukowa. O mesmo não se pode afirmar em relação ao filme, realizado por Margarethe von Trotta.





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