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29.3.14

Blue Valentine 

Blue Valentine, realizado por Derek Cianfrance, é um filme marcante. Retrata sem pudor o poder de uma relação a dois desde o seu início, a fase da paixão, em que tudo é perfeito, o amor é tão profundo que dói a alma. Surge depois a fase final, as rotinas instaladas, as dúvidas, a decadência. 

O cenário vai alternando entre o presente e o passado. Afinal o que correu mal? 

Uma história que retrata na perfeição a complexidade do ser humano... afinal ansiamos todos por aquele amor de Dean e Cindy da fase inicial.

Ryan Gosling e Michelle Williams presenteiam o espectador com duas interpretações arrebatadoras! 

Destaque para a magnífica banda sonora... "You Always Hurt the One You Love..."



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22.3.14

The Ides of March 

The Ides of March, realizado por George Clooney, transporta-nos para os bastidores da política e as suas negociatas e jogos pouco transparentes. 

Assistimos ao desempenho de uma dupla de sucesso, o Governador Mike Morris (George Clooney), candidato à presidência dos Estados Unidos da América e Stephen Meyers (Ryan Gosling), um jovem idealista, director de campanha de Morris que tem como missão levar o seu candidato à vitória num confronto permanente com dilemas éticos e morais...

Apesar do contraste das suas personalidades, a dinâmica criada entre os dois funciona em pleno, encantando o espectador. O final não é linear, mas, na minha opinião, Ryan Gosling é engolido pelo sistema, sucumbindo às teias do poder.

Ao longo da trama, o filme vai-se tornando cada vez mais monótono, com um final demasiado previsível. Em nada comparável a Good Night and Good Luck do mesmo realizador.

Philip Seymour Hoffman oferece-nos mais uma interpretação extraordinária.






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14.3.14

Philip Seymour Hoffman (1967 - 2014) - o tributo que faltou no dia 2 de Março de 2014 

Para que não restem quaisquer tipo de dúvidas, não me considero uma pessoa pretensiosa (muito pelo contrário), mas gostaria de ter sido actriz. Tinha algum jeito! A minha mãe inscreveu-me no Conservatório, mas foi sol de pouca dura. Naqueles tempos, um pai severo considerou que actriz não seria uma profissão digna de mulher honrada.
E ainda bem! Porque para conseguir ser realmente boa na arte de representar, teria que ter estudado no estrangeiro onde o teatro e o cinema são levados realmente à séria. 
E qual a razão que me leva a escrever este desabafo (afinal é disto que se trata). Porque o cinema é uma extensão de mim. O cinema nasceu comigo e acreditem que não se trata de um eufemismo. Foi através dele que descobri um universo encantado onde tenho vivido os melhores tempos da minha vida! E não estou a brincar!
O que pretendo transmitir com esta missiva é algo muito simples. Não lido bem com a perda (acho que ninguém). Assim, quando alguém que admiro, oriundo da sétima arte, parte, deprimo-me até às últimas. A emoção leva a melhor, sofro e comovo-me até às lágrimas. 
E qual a razão para este desespero?
Porque considero-os meus "amigos".
Porque fazem parte da minha "família".
Porque esta é a minha forma de estar na vida.

Posto isto, tenho que deixar aqui o meu grito de revolta contra uma Academia desprovida de afectos que esqueceu Philip Seymour Hoffman. Na última edição dos Óscares que decorreu no dia 2 de Março de 2014, Hoffman teve direito apenas a uma imagem numa tradição já muito antiga "In Memoriam" em que são recordados todos aqueles que morreram no ano que precede a cerimónia. Alguns acharão esta minha crítica injusta e egoísta. Admito que sim! Qual a razão para Hoffman ser alvo de uma homenagem quando tantos outros nos deixaram...
Porque Hoffman é um daqueles casos à parte.
Porque Hoffman faz-me falta.
Porque Hoffman tinha ainda tantos papéis para representar.
Porque Hoffman deixou um vazio tão grande.
Porque Hoffman, como James Gandolfini, partiu cedo demais.

Deixo-vos com o tributo que faltou no dia 2 de Março de 2014 a este gigante! 
O seu olhar doce permanecerá....






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8.3.14

Frances Ha 

Não posso afirmar que Frances Ha é um mau filme, talvez mediano. O que mais sobressai na narrativa de Noah Baumbach é a personalidade da protagonista que é sem dúvida contagiante. Sonhadora, sensível, insegura, frágil. Respira vida! 

Há momentos em que nos revemos nela. 
Há momentos em que sonhamos ser como ela. 
Há momentos em que desejamos que o mundo dela fosse o nosso mundo!

A cena com Bowie a cantar Modern Love é um assombro. Mas são apenas momentos... houve alturas em que se tornou um pouco penoso continuar, talvez por achar que Greta Gerwig (Frances Ha) vai perdendo a espontaneidade ao longo da trama. Os seus gestos, as suas expressões vão-se tornando demasiado forçados e artificiais. 

No final, fiquei com espécie de sensação de vazio sem perceber muito bem porquê. Sensação estranha porque este filme encerra um universo afectivo com o qual me identifico... 

A grande falha neste filme reside no encantamento que se vai dissipando... o brilho inicial de Frances Ha que nos deslumbra vai desaparecendo à medida que a câmara vai avançando, acabando por escorregar em algo demasiado exagerado e pouco genuíno.  






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2.3.14

Spring Breakers 

Estava com uma enorme curiosidade em relação a este Spring Breakers. Irritou-me profundamente. Um filme vazio, inconsistente e de um amadorismo assustador.

Para recriar o espírito de uma tradição dos jovens americanos - "As férias da Primavera" - Harmony Korine centra a narrativa num grupo de 4 raparigas e a sua ligação com um "dealer". Estas 4 adolescentes irão viver a experiência das suas vidas. Nesta pausa escolar, tudo é permitido (sexo, drogas, álcool).

Na minha opinião é um fracasso, tornando-se patético. As frases que vão surgindo ao longo do filme sobre o sentido das suas existências, ainda tão curtas, típicas da fase da adolescência, como uma espécie de flashes (e.g. "I don't belong here..." e outras tantas) revelam-se ridículas. 

Um elenco de terceira categoria e, apesar de não apreciar o trabalho de James Franco, tenho que admitir que encarna o personagem com alguma competência.

Um autêntico desastre e o grande culpado é, sem dúvida, Korine que não teve a capacidade de explorar esta temática com a inteligência que era exigida, ficando assim completamente à deriva.






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