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3.8.04

Fahrenheit 09/11 


Ontem, nos cinemas do monumental, entre magotes de gente e um ou outro encontro acidental, parecia que Lisboa ainda não tinha ido de férias. No anfiteatro, os espectadores pareciam estar num comício: gargalhadas, apupos, palmas no final. Quanto ao documentário aqui e acolá parecia encenado, demagógico (com conclusões como: as guerras fazem-se para manter a hierarquia, a injustiça, a pobreza) manipulador, mas parece-me que legítimo: não fomos todos manipulados logo a seguir ao 09/11 ao ponto de levados a crer que existiam ADM, uma ameaça à civilização ocidental, ligações entre a Al-Quaeda e o Iraque?

Ficámos a saber das ligações dos Bush aos negócios da família real saudita e dos expressivos investimentos sauditas na economia americana, dos lucros que a guerra teve para os amiguinhos de Bush (a construção do oleoduto, a exploração de petróleo, o negócio de armas), que dezenas de familiares de Bin Laden saíram dos States logo a seguir ao 09/11, que a seguir ao atentado Bush fez tudo para não tornar públicas páginas do relatório de inquérito ao 09/11, que existe uma América que desconhecemos, perigosamente conservadora e pronta a aderir ao discurso da fé na civilização e a reagir às campanhas do medo, dando a vitória a Bush (não é por acaso que Bush leva vantagem nas sondagens num momento em que se temem novos atentados nos States). E confirmámos o que sempre suspeitámos que Bush era um menino mimado, retardado mental e sem escrúpulos.

Para demagogias e manipulações da CNN, demagogia e meia e manipulações da câmara de Michael Moore. Algures, no meio, está a verdade. Se é que ela existe.

Clara

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